Cidades

Verão terá previsão de chuva acima da média em Alagoas

Professor e pesquisador da Ufal diz que temperaturas devem ficar abaixo da média

Por Ana Paula Omena com Tribuna Independente 21/12/2021 07h29
Verão terá previsão de chuva acima da média em Alagoas
Reprodução - Foto: Assessoria
Os chuviscos que caem este mês e a cobertura de nuvens já dão indícios de que o verão que começa nesta terça-feira (21) e segue até março de 2022 será diferente. De acordo com o climatologista, professor e pesquisador da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Luiz Carlos Molion, dezembro é relativamente seco, mas este ano ficou fora da normalidade. “As águas do pacífico estão mais frias, mas não há Lá Niña. De qualquer forma o que se espera é que realmente esse período de verão seja chuvoso a partir de fevereiro, e março nem tanto, o que faria com que o nosso verão fosse de cobertura de nuvens mais constantes, maior do que a média. Com isso, as temperaturas devem ficar abaixo da média, porque as frentes frias que vêm do sul vão jogar ar frio em cima do oceano e os ventos de leste constantes em nossa costa devem trazer também esse ar frio”, detalhou o meteorologista Molion. Climatologicamente, o período é caracterizado pela elevação da temperatura em todo país em função da posição do sol mais ao Sul, tornando os dias mais longos que as noites, além das mudanças rápidas nas condições de tempo, como: chuva forte, queda de granizo, vento com intensidade (moderado a forte) e descargas elétricas. De acordo com o prognóstico climático divulgado, na última quinta-feira (16), pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), as chuvas no verão serão acima da média na maior parte do país, com exceção do extremo sul do Rio Grande do Sul, nordeste de Roraima e leste do Nordeste. Devido às características climáticas, com grandes volumes de chuva, o verão no Brasil tem grande importância para atividades econômicas como a agropecuária, a geração de energia, além de ajudar a repor os níveis de reservatórios de água e manter os níveis satisfatórios. Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas serão ocasionadas principalmente pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), enquanto que no norte das regiões Nordeste e Norte, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é a responsável pela ocorrência de chuvas. Ainda conforme o professor Molion, a temperatura do mar continuará normal, o único problema é que o mês do Carnaval (fevereiro) terá chuva acima da média e vai ‘atrapalhar’ o verão, especialmente para os turistas que esperam o sol. No entanto, segundo ele, por outro lado, isso é bom, principalmente no interior do estado, nas regiões do Sertão e Agreste. Apesar das chuvas, Verão não será de temperaturas baixas   Já a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Alagoas (Semarh/AL) espera que o verão 2021/2022 tenha temperaturas máximas para a região do Litoral em torno de 31 graus e para a região Oeste do estado, em especial, para as cidades do Sertão temperaturas máximas podendo chegar a até 38 a 39 graus. Henrique Mendonça, meteorologista da Semarh, observou que essas temperaturas sobre essas regiões são comuns nesta época do ano. “Sobre as chuvas esperamos como todos os anos chuvas na média, mas lembro de que as médias de chuvas no verão são baixas. Poderemos ter a continuidade das trovoadas de verão, que se formam por ocasião do calor e umidade em especial para o Sertão e Agreste de Alagoas”. “Já para o litoral, esperamos as formações dos VCAN’s (Vórtice Ciclônico de Altos níveis) que também são comuns para o período de verão sobre Alagoas. Essas chuvas formadas por calor e umidade têm muita convecção, ou seja, as nuvens têm desenvolvimento vertical e por conta disso, podem vir acompanhadas de trovões e raios”, avisou. “Os VCAN’s assim como o CCM’s (Complexos Convectivo de mesa escala) são basicamente os dois fenômenos meteorológicos que regem as formações de chuvas no verão em Alagoas”, acrescentou Henrique Mendonça. O meteorologista da Semarh ressaltou que as chuvas deste mês não indicam que o verão será de temperaturas baixas e explicou que as chuvas de verão por ter formação de temperaturas elevadas e umidade alta não indicam temperaturas baixas. “Afinal, estamos no verão. As temperaturas baixas se dão na época de junho e julho, ou seja, dentro do período chuvoso para a região Leste do Nordeste. A média de chuvas nesse período é baixa”, completou. Faça chuva ou Sol, protetor é fundamental   De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, independente do frio ou do calor o uso do protetor é fundamental. O raio UVA incide o ano inteiro e também ao longo de todo o dia. Por isso, “antes das 10 e depois das 17 horas, o horário em que teoricamente seria permitido tomar sol livremente, o UVA continua sendo emitido e, como não queima, durante muito tempo achou-se que ele era inofensivo”. A encrenca com os raios UVA começa com a falta de informação: há certo desconhecimento sobre eles. Enquanto o UVB é mais predominante no verão do que na estação do frio, o UVA incide o ano inteiro e também ao longo de todo o dia. Segundo a entidade, o uso do protetor solar é uma das principais formas de conter o câncer de pele. Mas, além disso, ele também previne o ressecamento, envelhecimento precoce e manchas na pele. E observou que o protetor é essencial para proteger sua pele do Sol e dos raios UVA e UVB que alcançam as camadas internas e externas da pele. Em dias de muito Sol, deve ser passado na pele a cada duas horas. E é importante que seja usado também em dias nublados, ao menos pela manhã. RAIOS SOLARES Infravermelha (atinge a epiderme): essa radiação é responsável pelo calor que emana do astro rei. Acreditava-se que o único inconveniente dela é a sensação de ressecamento e uma eventual desidratação. Mas estudos recentes têm mostrado que ela aumenta o risco de doenças e envelhecimento da pele. UVA (atinge a camada subcutânea): esses raios penetram nas camadas mais profundas da pele sem deixar marcas, causando envelhecimento precoce e o melanoma, um tipo agressivo de câncer. UVB (atinge a derme): são eles que provocam a vermelhidão e as queimaduras solares. Além disso, também estão diretamente relacionados ao câncer de pele não melanoma, o mais comum dos tumores nesse tecido. (Com agências)