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22/12/2021 às 17:58

Artista de Alagoas, Yara Pão desenvolve painel de 20m x 14m na região portuária do Rio de Janeiro

A artista Yara Pão, considerada um dos expoentes do grafite contemporâneo no estado de Alagoas, foi convidada pelo Rua Walls — projeto de urbanismo tático pioneiro que atua na região portuária do Rio desde 2010 — para pintar um mural de 20m x 14m na Avenida Rodrigues Alves, no coração da zona portuária da cidade. 

“Para mim, é importante estar participando desse evento enquanto nordestina e alagoana", declarou ela, que já recebeu prêmios de reconhecimento municipal, foi selecionada em editais inscritos na Lei Aldir Blanc 2020, e realizou exposições coletivas (Galeria Gamma, Marinha, Instituto da Visão) e individual (Pinacoteca-AL). “Primeiramente, pelo viés histórico de tantos retirantes que saíram de suas terras para construir as cidades do sudeste brasileiro, porém sem grande protagonismo. O que estou fazendo interfere diretamente na paisagem visual e simbólica da cidade”, destacou.

A obra da jovem graduada em Design pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) para o Rua Walls é inspirada na frase "Os ritos são no tempo o mesmo que o domicílio é no espaço", do autor francês Antoine de Saint-Exupéry, mundialmente reconhecido pelo best seller infantil "O pequeno príncipe".

"Estou trazendo dois personagens que batizei de ‘Rito e Lar’, nomes inspirados na frase desse autor", disse ela, reconhecida por utilizar cores frias e quentes em seus trabalhos como forma de buscar equilíbrio. "Quando recebi a foto das edificações, com todas aquelas janelas, lembrei imediatamente dos chapéus dos guerreiros alagoanos, um folguedo popular na minha terra. Também foi uma forma de usar a estrutura do prédio ao meu favor, adaptando ao que poderia ser um obstáculo, os vazados das janelas, como elementos interativos".

No mural de 20m x 14m para o Rua Walls, Yara também representou o filé, um ponto de costura conhecido no Pontal da Barra em Maceió. “É uma tradição que vai sendo passada de mães e pais para filhos e filhas”, explicou.

Para a artista, que além do grafite utiliza outras linguagens em seu trabalho, como aquarela e design gráfico, Alagoas é um estado brasileiro com um imenso potencial cultural. “Apenas nos falta oportunidade”, avaliou a jovem. “Não há uma escola de Belas Artes no estado, e ser artista ainda é um sonho distante para muita gente. Ainda assim, ao contrário do que sempre ouvi na minha terra, de que não dá para ser artista em Alagoas, tudo que construí até hoje foi lá. Meu repertório foi dentro de casa e ser reconhecida em outro estado contribui ainda mais na minha afirmação quanto artista. Espero que isso reverbere positivamente para outros conterrâneos”, finalizou ela, que também é monitora de capoeira e guia maior do Ouricuri Caiçara, vivência de matriz indígena alagoana.



Fonte: Assessoria 

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