Gazeta de Alagoas
Pesquise na Gazeta
Maceió,
Nº 5710
Cidades

FALTA DE RECURSOS COMPROMETE ESTRUTURA DO MUSEU THÉOBRANDÃO

Fechado durante a pandemia, instituição precisa passar por obras para receber público com segurança

Por | Edição do dia 23/12/2021

Matéria atualizada em 23/12/2021 às 04h00

Maceió, 20 de fevereiro de 2018
Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore, localizado na Avenida da Paz 1490, em Jaraguá Maceió, Alagoas - Brasil.
Foto: ©Ailton Cruz
Maceió, 20 de fevereiro de 2018 Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore, localizado na Avenida da Paz 1490, em Jaraguá Maceió, Alagoas - Brasil. Foto: ©Ailton Cruz | ©Ailton Cruz

Fechado ao público desde o início da pandemia, o Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore está com problemas estruturais agravados pelos cortes nos recursos federais destinados a sua manutenção. Mantido integralmente pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), à qual pertence, o equipamento cultural busca captação de recursos federais, por meio de emendas parlamentares ou editais, para execução do projeto de restauro e recuperação estrutural. A obra é fundamental para a reabertura do museu, espaço de referência cultural em Alagoas.

De acordo com o diretor da instituição, Victor Sarmento, o museu tem problemas de infraestrutura, principalmente na rede elétrica, que demandam providências urgentes. Se não conseguir viabilizar os recursos para sanar as dificuldades atuais, o museu não terá como reabrir quando a universidade retomar o funcionamento presencial

“O museu é da Ufal, que, assim como outras instituições federais, tem amargado sucessivos cortes de recursos. Da mesma forma que os demais setores da universidade, hoje mantemos trabalho presencial apenas em atividades internas. A interação com o público tem se dado por meio de ações online e trabalhos desenvolvidos em parceria com outras instituições. O museu não está aberto ao púbico e se a situação financeira não mudar, quando a Ufal retomar a atividade presencial plena, não teremos condições de receber o público com segurança”, informa.

O diretor conta que em 2020 foi apresentado projeto de restauro das arquitetas Adriana Guimarães, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Ufal, e Cynthia Fortes, arquiteta do museu. O projeto segue em fase de captação de recursos.

“O projeto é belíssimo, não trata apenas de restauro, inclui a reestruturação de toda a rede elétrica, um dos graves problemas que temos hoje, a digitalização do expográfico – exposição permanente –, que hoje é totalmente analógico. Conhecido como a Casa da Gente Alagoana, o MTB precisa do engajamento de todos os que amam a cultura, da sensibilização da bancada federal e de parcerias que viabilizem a captação de recursos para que possa voltar a receber o público”, diz o diretor.

Ele afirma que mesmo fechado, o museu não parou. Neste momento, está aberta a exposição presencial ‘O Sol nasce para Todos’, com obras do artista Jasson. No entanto, embora seja organizada pelo Museu Théo Brandão, a exposição, montada em parceria com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), está sediada, até o dia 2 de fevereiro, na Estação Ferroviária de Maceió. Para o dia 5 de janeiro está programada uma projeção mapeada na fachada do museu, em parceria com o projeto Natal na Avenida, idealizado pela arquiteta Mirna Porto.

E para o mês de março está prevista a publicação de edital de pós-graduação multidisciplinar a ser ofertada pela instituição. A proposta de criação do curso, segundo o diretor, deve ser apreciada em janeiro pelo Conselho Universitário (Consuni). “São 46 anos de amor por Alagoas. Há muita gente engajada na reabertura do Museu, na oferta do curso, mas para viabilizar nosso projetos, hoje, nossa luta é para que o poder público se sensibilize e abrace o Museu Theo Brandão”, defende Victor Sarmento.

Mais matérias desta edição