Cidades

Ufal: 'drama' do ano letivo e orçamento incerto

Apenas no mês passado, a instituição iniciou segundo semestre de 2020 e a previsão é de que só em outubro o ano letivo 2021 se inicie

Por Evellyn Pimentel com Tribuna Independente 22/07/2021 08h38
Ufal: 'drama' do ano letivo e orçamento incerto
Reprodução - Foto: Assessoria
A maior instituição de ensino do estado, a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) tem sido severamente afetada pelas restrições impostas pela pandemia e pelos cortes no orçamento promovidos pelo Governo Federal. Apenas no mês passado a instituição iniciou o segundo semestre de 2020 e a previsão é de que só em outubro o ano letivo 2021 se inicie, mesmo assim as incertezas em torno do custeio são muitas. Desde 2016, as Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes) vêm sofrendo com limitações orçamentárias. Com a aprovação da PEC em 2019 que limitou os investimentos públicos o cenário ficou ainda mais delicado. A situação vem se agravando ano a ano e durante a pandemia novos cortes no orçamento ocorreram o que pode inviabilizar um retorno presencial às aulas, mesmo que o cenário da pandemia esteja favorável. Atualmente as aulas acontecem no modelo remoto. De acordo com a assessoria de comunicação da Universidade, diversos fatores estão ligados ao retorno das aulas presenciais. PREOCUPAÇÃO “A questão da suspensão das aulas presencias é pela segurança de todos, alunos e servidores. Há uma preocupação muito grande ainda com a contaminação principalmente no público jovem. Estamos no período 2020.2 com previsão de término para outubro. Além da questão sanitária há a questão do orçamento, porque não se sabe até que mês a Ufal terá orçamento que é algo que está ocorrendo aqui e em demais universidades federais”, diz. Durante o ano passado, as adaptações no ano letivo acabaram prejudicando o calendário letivo da Ufal. “As aulas estão normais desde fevereiro deste ano, aulas remotas, e a parte do estágio para área de saúde ocorrendo de forma presencial. O segundo semestre de 2020 começou no dia 22 de junho e vai até outubro. Em outubro o Conselho Universitário (Consuni) vai avaliar o calendário e ver se é possível um retorno presencial, se vai continuar remoto ou se será híbrido (remoto e presencial), mas isso não tem nenhuma discussão. O que ficou acertado é que em outubro haveria um novo calendário e será decidido de acordo com a situação do coronavírus, da vacinação”, detalha. OUTRAS Nas instituições de ensino privado, as aulas seguem o mesmo modelo remoto. É que o decreto governamental regulamenta apenas o ensino online para esse segmento, com exceção das atividades práticas. A Universidade Tiradentes (Unit), por exemplo, está em recesso das aulas remotas e aguarda definição do poder público para o retorno presencial. “As aulas retornam em agosto. Quanto às aulas presenciais, o retorno da ampliação dos alunos nesta modalidade está sendo avaliado, de acordo com o Plano de Retomada do Grupo Tiradentes, pautado pelos decretos do Governo do Estado sobre o Distanciamento Social Controlado”, informou a assessoria da instituição. Também em formato híbrido a Uninassau não informou qual a programação para o retorno presencial. “No segundo semestre de 2021, UNINASSAU Maceió vai operar no formato híbrido. Todas as disciplinas práticas serão ministradas presencialmente. Já as teóricas, algumas serão presenciais e outras remotas. As aulas começam no dia 10 de agosto para os veteranos e 17 de agosto para os calouros”, explicou a assessoria. O presidente do Sindicato dos Professores de Alagoas (Sinpro-AL), Eduardo Vasconcelos explica que ainda não há definição sobre esse retorno. A expectativa é que os próximos decretos de distanciamento controlado tragam informações a respeito. “A grande maioria da rede privada está em recesso. As instituições vêm trabalhando de forma híbrida. Mas não vi nada ainda por parte do Governo ou Prefeitura. A rede pública vai retornar de forma híbrida, mas em relação ao ensino superior até agora não chegou nada”, pontua.