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Saúde

21/06/2021 às 16h20

Acta

MACEIO / AL

Pandemia segue dando sinais de descontroleem Alagoas, e Observatório alerta para UTIs do interior
Dos nove municípios com UTIs para Covid-19, um terço atingiu a saturação total e sete estão em nível crítico; mais de 70% dos casos e óbitos são do interior.
Pandemia segue dando sinais de descontroleem Alagoas, e Observatório alerta para UTIs do interior
Levantamento do Observatório da Ufal mostra que a pandemia segue em descontrole em Alagoas. FOTO: reprodução

Com o Brasil atingindo a triste marca de 500 mil óbitos pela Covid-19, a pandemia segue dando sinais de descontrole no estado de Alagoas, apesar da estabilização em alguns indicadores. Foram 5.871 novos casos e 130 óbitos durante a 24ª Semana Epidemiológica no estado, segundo acompanhamento do Observatório Alagoano de Políticas Públicas para o Enfrentamento da Covid-19 (OAPPEC). Dos nove municípios com UTIs para Covid-19, um terço atingiu a saturação total e sete estão com ocupação acima de 90%.

Ao  longo  da  semana,  74%  dos  casos  e  72%  dos  óbitos  foram  registrados em moradores  do  interior  do estado, onde a infraestrutura de saúde se encontra mais crítica. Entre as doze localidades analisadas pelo Observatório, oito apresentaram aumento de casos e duas de óbitos. De todas, o Sertão Alagoano é onde mais há indícios de descontrole da epidemia, com um aumento de casos e óbitos em meio a um sistema de saúde saturado.

Arapiraca,  que  neste  domingo  (20)  se  encontrava  com  100%  de  seus  leitos  de  UTI  exclusivos  para  o tratamento  da  Covid-19  ocupados,  apresentoua  maior  incidência  de  casos  do  estadona  24ª  semana epidemiológica.  Seus  598  casos  por  cem  mil  habitantes  são superiores  às  taxas  das  localidades  que aparecem  na  sequência,  a  8ª  Região  Sanitária  (222  por  100  mil  hab.)  e  a  10ª  RS  (213).  Em  relação  aos óbitos, a 10ª RS e a 8ª RS tiveram os maiores números relativos à população, com 9,3 e 6,4 mortes por cem mil habitantes.A média estadual, por exemplo, é de 3,9 mortes.

O número de testes pendentes no estado, que apresentou o seu maior pico nas últimas semanas, continuouem uma rota descendente na 24ª SE, apesar de seguir elevado. No último sábado (19), foram notificados13.750  casos  em  investigação,  uma  queda  de  7%  em  relação  a  semana  anterior.  Foram  6.273  testes realizados  pelo  Laboratório  Central  de  Alagoas  (Lacen/AL)  na  semana,  dos  quais  42%  apresentaram resultado positivo, uma proporção elevada.

Nos hospitais alagoanos, a taxa de ocupação de UTIs exclusivas para o tratamento da Covid-19 também começou a apresentar sinais de queda, apesar de ainda estar acima do limite de 80%. Neste domingo (20), 337 leitos estavam ocupados, uma ocupação de 86%. Espacialmente, sete dos nove municípios com leitos de UTI estavam com 90% ou mais de ocupação, sendo Arapiraca, Coruripe e Palmeira dos Índios os três locais onde a ocupação atingiu os 100%. As menores ocupações são de Maceió (80%) e União dos Palmares (67%).

Vacinação no estado

A instabilidade no ritmo de vacinação em Alagoas voltou a ser evidenciada nesta semana, com uma queda de  3%  no  número  de  doses  aplicadas  em  relação  à  semana  anterior.  Foram  79.825  doses  nos  braços  de alagoanos no decorrer da 24ª Semana Epidemiológica, chegando a 1,19 milhões de doses aplicadas ao todo. Desse total, 873 mil correspondem à primeira dose e 321 à segunda.

Considerando que o público-alvo da vacinação são adultos com 18 anos ou mais, e que esse público é de 2,2  milhões  de  pessoas  em  Alagoas,  são  necessárias  4,4  milhões  de  doses  da  vacina  contra  a  Covid-19. Cerca de 40% deste público tomou a primeira dose, e 15% as duas. Levando em conta toda a população, de 3,34 milhões de pessoas, 26% foram imunizados com a primeira dose e 10% com as duas. Cerca de70% da população vacinada é precisopara atingir o nível ideal de imunização, segundo a literatura científica.

Com esses dados, os pesquisadores do Observatório chegam à conclusão que a transmissão do coronavírus segue  descontrolada  no Estado  de  Alagoas.A adoção de  medidas  de  isolamento social é  imprescindível para a mitigação deste cenário, especialmente a redução da ocupação dos leitos de UTI no interior do estado. A experiência internacional já atesta que a vacinação é o caminho mais rápido e seguro para superar este momento, dando seguimento a atividades que se encontram atualmente paralisadas.

FONTE: Ascom Observatório Ufal

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