Alagoas
Ufal terá primeiro laboratório NB3 de elevada biossegurança de Alagoas
A Universidade Federal de Alagoas vai abrigar o Laboratório de Biossegurança e Biocontenção NB3, o primeiro no Estado de nível 3, numa escala de 1 a 4. O local permitirá o isolamento e a caracterização de patógenos de alto risco biológico, como o vírus da covid-19 (SARS-CoV-2) e a bactéria causadora da tuberculose (Mycobacterium tuberculosis).
O laboratório será instalado no Campus A.C. Simões da Ufal, em Maceió, e contará com uma área dedicada à manipulação de agentes de risco 3, além de um laboratório NB2. “Vai ser um grande equipamento institucional para uso de todos os pesquisadores relacionados à área da saúde ou produção vegetal, mas também pode ser utilizado em casos extremos, como pandemias”, destacou o reitor Josealdo Tonholo.
A expectativa é que haja importantes avanços nas atividades de pesquisa e a contribuição para fortalecer vários programas de pós-graduação da Ufal. O laboratório também vai garantir suporte para o Estado e outras instituições no diagnóstico de doenças causadas por microrganismos de risco 3.
“Será possível realizar procedimentos de isolamento, manipulação, cultivo e caracterização de organismos de alto risco biológico. Isso vai possibilitar à Ufal independência científica, crescimento e consolidação nas pesquisas e incrementar as parcerias locais e regionais para diagnóstico de doenças de elevado risco para saúde humana”, ressaltou o professor Emiliano Barreto, do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS).
Trabalho em andamento
A iniciativa está sob a liderança da Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (Propep) com recursos concedidos pelo MEC, que financiou o Termo de Referência e a elaboração do projeto executivo.
De acordo com a pró-reitora da Propep, Iraildes Assunção, o compromisso da Ufal em protagonizar a construção de um equipamento de alta contenção biológica (NB3), único no Estado de Alagoas e o quarto da Região Nordeste, configura o empenho e interesse com o bem-estar e a qualidade de vida da sociedade Alagoana. “Em tempos que estamos cada vez mais expostos e suscetíveis a microrganismos resistentes, e que oferecem risco à vida, nossa instituição está comprometida na busca de recursos, mesmo em tempos insólitos como o que vivemos. Tempos estes, impostos exatamente por um agente que tem se mostrado mais letal que imaginávamos. Com isso, estamos dando um pequeno passo na construção deste equipamento, mas um grande passo para a implantação de pesquisa e serviço de excelência para o diagnóstico de doenças e quadros sindrômicos de importância para a saúde pública do nosso país, a fim de desenvolver ações para controlá-las”, ressaltou.
Uma Comissão Interdisciplinar foi instituída e composta por pesquisadores das áreas de saúde, microbiologia e virologia da Universidade. A comissão é coordenada pelo professor Eurico de Barros Lobo Filho, gerente de Pesquisa e Ensino do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HU)da Ufal e conta com o professor Emiliano na vice-coordenação.
Todo o trabalho é acompanhado pela assessoria externa do consultor técnico de projetos em biossegurança e biocontenção de áreas laboratoriais nível 3, Marcelo Aires. Já o projeto executivo do laboratório NB3 está sendo elaborado pela RSG Consultoria e Engenharia, empresa contratada após vencer a licitação pública conduzida pela Fundepes.
De acordo com Tonholo, já foram investidos quase R$ 400 mil e o projeto será apresentado em até cem dias. “Com o projeto executivo pronto, vamos atrás do financiamento do laboratório. A expectativa é de um investimento inicial de R$ 5 milhões a R$ 10 milhões e a governança inclui Ufal, HU, Fundepes e autoridades sanitárias de Alagoas”, destacou o reitor.
Na última quinta-feira (20) houve reunião de estratégia no Gabinete do Reitor para definir os equipamentos e procedimentos a serem adotados no laboratório, já que a identificação da rotina de trabalho dentro de um NB3 é determinante para projetar os espaços físicos internos do ambiente.
Participaram de forma presencial: o reitor e os professores Eurico Lobo (GPE-HU), Felipe Paes (Sinfra), Alessandra Borges (ICBS), Ana Catarina Leite (IQB), Emiliano Barreto (ICBS), André Mota (Sinfra), Daísy Mergulhão (Sinfra), Marcelo Aires (consultor) e Ricardo Oliveira (RSG). De forma virtual participaram as professoras Iraildes Assunção (Propep), Magna Moreira (CPq/Propep), Denise Silva (ICBS), Isabella Monlleo (Famed) e o professor Euzébio Goulart (Campus de Engenharias e Ciências Agrárias).
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