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Nº 5699
Cidades

COVID: SUSPENSÃO DE MEDIDAS RESTRITIVAS DIVIDE ESPECIALISTAS

Médicos divergem sobre flexibilização de protocolos sanitários

Por Regina Carvalho | Edição do dia 20/11/2021 - Matéria atualizada em 20/11/2021 às 04h00

Mesmo com percentual ainda baixo de imunizados contra a Covid-19 - cerca de metade da população -, o Governo de Alagoas informou na semana passada, em redes sociais, a intenção de suspender medidas restritivas impostas para evitar o aumento da contaminação pelo novo coronavírus. A medida, que não foi oficializada, divide especialistas. Uma das medidas que devem ser flexibilizadas é a que trata do uso de máscaras em ambientes abertos. A reportagem ouviu dois médicos e um pesquisador que acompanham de perto a evolução da pandemia. Eles divergem em alguns pontos sobre o momento propício à retomada da rotina de antes. Na opinião de Esdras Andrade, do grupo de trabalho sobre a Covid-19 do Instituto de Geografia, Desenvolvimento e Meio Ambiente (Igdema) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), o ideal seria aguardar mais um tempo para relaxamento das medidas. “Assumindo os dados apresentados pelos governos estadual e federal e um cenário internacional preocupante, entendo que poderíamos aguardar um pouco mais para o relaxamento dessas medidas. Pelo menos, mais uns 30 ou 40 dias”, explica. De acordo com o pesquisador, embora a vacinação tenha contribuído significativamente com a redução nos números de infecções e óbitos no Estado, a taxa de imunização ainda está baixa, próximo de 50% em Alagoas. Esdras Andrade reforça que organizações de saúde estimam entre 70% e 80% o percentual para que uma população esteja satisfatoriamente protegida. O pesquisador alerta sobre o que tem acontecido fora do país. “Outro fator que ainda causa preocupação é a quarta onda de infecção que vem ocorrendo na Europa, principalmente na Alemanha e Holanda e em alguns países do leste deste continente. De acordo com a OMS, este aumento nos casos de Covid-19 se deve a um ritmo lento na vacinação associado a uma rápida flexibilização dos protocolos sanitários. Nesta região, a média dos habitantes completamente vacinados era de apenas 47% na semana passada, equiparando-se a porcentagem atual de Alagoas”, acrescenta Andrade. O pesquisador da Ufal diz esperar que os gestores públicos observem o que vem ocorrendo fora do país quando forem tomar as decisões. “E que, nós, enquanto cidadãos, devemos continuar respeitando as medidas protetivas, mesmo quem já está imunizado, pois a outra metade da nossa população ainda não está efetivamente protegida e que ainda precisa aguardar alguns meses para receber a segunda dose da vacina e a de reforço. Neste período, teremos as festas de final de ano, no qual as pessoas se aglomeram em centros comerciais e confraternizações; além das férias escolares e carnaval”, analisa.

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