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Contágio de sarna pode estar associado ao uso de ivermectina, diz Ufal

Estado até o momento não tem casos registrados

Por Redação 26/11/2021 14h02 - Atualizado em 26/11/2021 15h03
Contágio de sarna pode estar associado ao uso de ivermectina, diz Ufal
Imagem ilustrativa - Foto: Reprodução

Na tarde desta sexta-feira (26) foi divulgado pelo portal de comunicação Cada Minuto, um estudo feito pelo Núcleo de Estudos em Farmacoterapia (NEF) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) que apresenta a hipótese de que os casos de um surto de lesões que causam coceira na pele registrado em Recife e em Pernambuco, nas últimas semanas possa estar associados ao uso indiscriminado de ivermectina, medicamento que se popularizou no Brasil com o chamado “kit covid”.

A Ivermectina é um antiparasitário que foi incluído no “Kit Covid” sem comprovação científica da sua eficácia contra o vírus.

“Falar que a Ivermectina tem eficácia contra o vírus da COVID-19 em seres humanos é um argumento que vai contra a ciência. A ivermectina, assim como a cloroquina, possuem um mecanismo que em laboratório, nos tubos de ensaio, deveria inibir a proliferação do vírus, mas não importa que o mecanismo é plausível, não importa que funcione em tubos de ensaio, o que importa é que foi testado em humanos e comprovado sua ineficácia no combate à COVI-19. Argumentar por mecanismos e não por resultados é anticientífico” ressalta o urologista José Carlos Souto.

De acordo com informações, até o momento foram registrados 185 casos das lesões em três cidades da região metropolitana.​ No estado, segundo a Secretaria de Estado da Saúde, não há nenhum caso registrado.

Segundo o artigo que foi publicado em agosto deste ano “O artigo lança a hipótese de que poderíamos ter problemas com surtos de escabiose resistente por conta do uso irracional da ivermectina. O surto está configurado, pois está havendo um aumento rápido de casos de lesões de pele com coceira e outros sintomas”, contextualiza Sabrina, mas ressalta: “Ainda não há diagnóstico da doença que está causando o surto. Algumas hipóteses da etiologia [origem] estão sendo testadas, entre elas está a escabiose levantada pelo artigo”.

Os primeiros casos surgiram no início de outubro na região, mas se intensificaram no final do mês passado e no começo deste mês. Até o momento, são 117 casos.

E não é somente no Nordeste que os casos estão tomando proporções preocupantes, no litoral de São Paulo também está tendo vários relatos da escabiose, dos quais um bebê de 2 meses chegou a ser internado devido à gravidade da contaminação.

A dermatologista Soraya Neves, cooperada da Unimed-BH, salienta que comprovado ou não a relação entre os surtos e o uso indiscriminado da ivermectina, a doença pode causar aumento da mortalidade em crianças – devido às infecções secundárias – além dos riscos à saúde da população em geral.