O pesquisador Esdras Andrade – integrante do grupo de trabalho sobre a Covid-19 do Instituto de Geografia, Desenvolvimento e Meio Ambiente (Igdema) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) - analisou dados oficiais sobre a pandemia do novo coronavírus e constatou que o percentual de casos e mortes em Maceió caiu, respectivamente, 35% e 31%, quando se compara outubro e o mesmo período de setembro, graças ao avanço da vacinação com as doses enviadas pelo governo federal. A fonte de dados analisados é a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e de Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag). Segundo Esdras, nos 13 primeiros dias do mês de outubro, foram computados 523 casos de Covid-19 no município de Maceió, número que representa uma redução de aproximadamente 35% em comparação ao mesmo período do mês anterior, quando foram registradas 800 notificações da doença. O levantamento mostra que, quando comparado com os 13 primeiros dias de junho, mês recorde na quantidade de pessoas confirmadas com a doença, a redução é de pouco mais de 84%. No que diz respeito às mortes, a tendência também é de baixa e na mesma faixa de proporção (cerca de 31%). São nove óbitos a menos em relação ao mesmo período de setembro, que apurou 29 mortes. Na comparação com os 13 primeiros dias de junho, a queda é de aproximadamente 76%. “Diante desses números, não é possível dissociar tais diminuições do processo de vacinação. Até o meio desta semana, o município de Maceió já contava com 432.385 pessoas totalmente imunizadas, segundo dados do Ministério da Saúde. Isto corresponde a 42,43% da população residente na capital alagoana”, explica Esdras Andrade. Dentro da realidade de baixa nos números de casos confirmados e óbitos registrados, o bairro da Ponta Verde apresentou, entre os dias 7 e 13 de outubro, os piores quantitativos em relação aos demais 49 bairros do município com 20 novos casos e 2 novas mortes. A relação entre esses números confere uma taxa de letalidade de 10%, ou seja, para cada 10 casos houve 1 morte. Esta é uma taxa cerca de três vezes maior do que a média dos 50 bairros da capital que é de 2,99%. De acordo com o pesquisador, Maceió registrou nos últimos sete dias importante marca que não acontecia há alguns meses: relacionar cinco bairros em que não houvesse crescimento na média móvel dos casos da doença nas últimas oito semanas. Indicando, assim, um grau de criticidade baixíssimo. A situação foi encontrada no Santos Dumont, Rio Novo, Chã da Jaqueira, Mutange e Levada. Entretanto, Clima Bom, Santa Amélia, Vergel do Lago, Feitosa, Jatiúca e Ponta Verde, integram a lista em que a criticidade é considerada mediana pois apresentaram crescimento na média móvel em quatro das últimas oito semanas. “O que chama a atenção é o fato de quatro dos seis bairros que detêm a maior quantidade de casos vêm melhorando a situação neste indicador. Benedito Bentes e Jacintinho detiveram crescimento em três de oito semanas (Criticidade Moderadamente Baixa) e Cidade Universitária e Tabuleiro do Martins, o crescimento ocorreu em apenas 2 das últimas oito semanas (Criticidade Baixa)”, finaliza Esdras, do Instituto de Geografia, Desenvolvimento e Meio Ambiente (Igdema) da Ufal. De acordo com o painel de informações interativas sobre a pandemia da Secretaria de Planejamento, Gestão e Patrimônio (Seplag), os bairros com mais infectados, também têm mais óbitos por Covid. Cidade Universitária, Benedito Bentes, Tabuleiro do Martins, Jacintinho e Ponta Verde têm, na sequência, 7,4 mil casos e 208 óbitos; 7 mil e 205 vítimas; quase 5,6 mil casos e 156 mortes; 5,5 mil infectados e 192 óbitos; 5 mil registros da doença e 142 pessoas que não resistiram. Dentre os 50 bairros de Maceió, os que tiveram menos casos até agora estão Santo Amaro, Pescaria e Mutange, respectivamente com 141; 131 e 54 infectados. Pescaria não registrou mortes provocadas pelo novo coronavírus.