20/09/2021 às 12h54 - atualizada em 20/09/2021 às 19h08
Derek Gustavo
Maceió / AL
O professor José Acioli da Silva Filho, de 59 anos, foi torturado antes de ser morto em um crime premeditado. O suspeito do assassinato é um jovem de 22 anos, com quem a vítima mantinha um relacionamento há cerca de 15 dias. A informação foi divulgada pela Polícia Civil nesta segunda-feira (20).
O crime foi registrado na semana passada. O professor, que é ex-diretor do Museu Theo Brandão, foi encontrado morto em casa. Ele teve objetos pessoas e também o carro levado.
Em entrevista ao repórter Alberto Lima, do Acta, o delegado Ronilson Medeiros, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Maceió, a família do professor não sabia desse relacionamento. Foi um amigo que deu as informações que ajudaram a localizar o suspeito.
Ainda segundo o delegado, a vítima havia conseguido um tratamento dentário ao suspeito. O dentista passou os dados dele aos policiais, que localizaram sua residência no bairro de Guaxuma.
"No avançar das diligências, identificamos que o carro da vítima estava circulando por Guaxuma. Através de câmeras de segurança, localizamos o veículo e o abordamos próximo ao shopping do Benedito Bentes [parte alta de Maceió], explica Medeiros.
Dentro do veículo estavam duas pessoas: o suspeito e o irmão dele, um menor de 17 anos. Com eles, os policiais apreenderam vários documentos do professor, inclusive a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Os dois foram levados para a Central de Flagrantes, no bairro do Farol. Isso ocorreu na sexta (17).
"No decorrer da noite daquele mesmo dia, mantive contato com o médico legista. Ele me passou que a vítima apresentava duas lesões provocadas por arma branca, mas que elas não seriam a causa da morte, e sim asfixia mecânica. A vítima também apresentava lesões nas partes íntimas, o que caracteriza um crime de ódio. Essas lesões foram feitas com ele vivo. Foi tortura, tendo como motivação, homofobia", afirma o delegado.
O suspeito preso é casado e tem dois filhos. Ainda não se sabe se o irmão dele, o adolescente, teve participação no crime. A polícia também apura se mais pessoas estavam participando.
A polícia acredita em crime premeditado, porque o carro da vítima estava à venda na internet desde o dia 10.
"A gente já comprovou que desde o dia 10 o suspeito tentava vender o carro. Chegamos a essa informação através de contas abertas e também por denúncias ao Disque-Denúncia", diz Medeiros.
O inquérito deve ser concluído em 30 dias. A polícia ainda apura como se deu a dinâmica do crime.
Homofobia
O presidente do Conselho Estadual de Combate à Discriminação e do Grupo Gay de Maceió, Messias Mendonça cobra punição para o suspeito de cometer mais esse crime de homofobia no estado.
"Tudo o que foi apresentado aqui, a linha de investigação que estamos acompanhando, apontam para homofobia. É preciso ficar atento a esses crimes, com as pessoas que levam para suas casas e que podem colocá-las em situação de risco", diz Mendonça.
Ele lembra também das semelhanças deste caso com a morte do vereador Silvânio Barbosa, em 2018. Ele também foi assassinado por um rapaz com quem se relacionava.
"Fale com um amigo, fale para alguém quem está entrando na sua casa. A gente pede às autoridades que vejam isso, pois é um crime de homofobia, mais um entre tantos que precisam ser esclarecidos".
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