A Polícia Civil divulgou nesta segunda-feira (20) detalhes sobre o assassinato do professor de Teatro da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), José Acioly da Silva Filho, 59 anos, e sobre a prisão do suspeito, que aconteceu na última sexta-feira (17).

Em entrevista coletiva, o delegado responsável pelo caso, Ronilson Medeiros, contou que o professor estava envolvido com um rapaz e que há indícios de que este já planejava sua morte, pois o veículo de José Acioly estava sendo negociado desde o dia 10 de setembro.

Ainda segundo o delegado, o rapaz, identificado apenas como Marciel, 22 anos, estava realizando tratamento ortodôntico pago por José Acioly, que passou a ficha para um amigo seu que é dentista e era o único que sabia do relacionamento entre eles. Além do “namorado” do professor, o irmão dele de 17 anos, também foi detido, por suposto envolvimento no crime.

Ronilson Medeiros contou que, inicialmente, as investigações apontaram que Marciel cometeu o crime e o irmão dele teria roubado o veículo da vítima.

A polícia localizou o carro na região em que os suspeitos residem, no bairro de Guaxuma. As investigações apontavam que eles iriam tentar vender o automóvel indo sentido a um shopping na parte alta de Maceió. Agentes da PC realizaram uma operação e esperaram os dois em um ponto de ônibus. O menor de 17 dirigia o veículo quando a polícia realizou a abordagem, Marciel estava no banco do carona.

Os dois suspeitos, foram levados para a Delegacia de Homicídios. Após ouvidos, a polícia constatou que não havia nenhuma comprovação do envolvimento do jovem de 17 anos no crime e ele foi solto, mediante alvará de soltura. O rapaz que tinha envolvimento amoroso com o professor, está preso.

“Ele conheceu as fragilidades da vítima. As lesões na cabeça foram causadas por objeto cortante. Nas partes íntimas do professor, haviam lesões. É um crime de ódio. O criminoso não se contentou em matar a vítima e a torturou. Esse crime não pode ficar impune, até pelas circunstâncias fatídicas. O suspeito era uma pessoa que já tinha a confiança da vítima”, disse o delegado Ronilson Medeiros.

A Policia Civil disse que o suspeito do crime é casado e tem dois filhos. Ela já havia trabalhado como garçom estabelecimentos comerciais conhecidos de Maceió, mas atualmente estava desempregado. O envolvimento amoroso entre Marciel e a vítima tinha iniciado há cerca de 15 dias.

Também nesta segunda-feira, familiares e amigos de José Acioly foram ouvidos pela polícia, que  investiga ainda se há o envolvimento de outras pessoas no crime. 

O Caso

José Acioly da Silva Filho, 59 anos, foi encontrado morto dentro do apartamento em que morava, no bairro do Jaraguá, em Maceió, na última quinta-feira (16). Familiares e amigos desconfiaram, após uma mensagem postada nas redes sociais do professor, afirmando que ele havia ido a Arapiraca socorrer uma amigo doente e que o telefone ficaria sem conexão. A mensagem continha diversos erros ortográficos, o que levantou a suspeita da família de que havia algo errado.

O professor José Acioly foi encontrado já sem vida, com perfurações na nuca. O carro e outros pertences dele foram roubados.  

O Instituto de Medicina Legal Estácio de Lima (IML), em Maceió, informou na sexta-feira (17), que o exame de necropsia no  feito no corpo do professor apontou que a causa da morte foi asfixia por meio mecânicio. Ele foi espancado e estrangulado. 

Também na sexta-feira, a Policia Civil anunciou que o caso estava esclarecido e que o suspeito da autoria do crime estava preso.

O corpo do professor José Acioly da Silva Filho foi sepultado na sexta-feira (17), no Cemitério da Piedade, no bairro do Prado, parte baixa de Maceió.

Acioly foi diretor do Museu Theo Brandão até 2018. Ele lecionava na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), pelo Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Arte (ICHCA), e tinha especialização na área de teatro de animação.

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