A erupção do vulcão espanhol de Cumbre Vieja em La Palma, nas Ilhas Canárias, que gerou preocupação na população alagoana, não deve atingir a costa brasileira, segundo o professor de Oceanografia, Biologia Marinha e Ecologia, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Gabriel LeCampion. Ele ressalta que não é uma simples erupção que vai provocar um tsunami.

O especialista explica que a questão do vulcão Cumbre não é nova, pois ele já vinha mostrando atividades há algum tempo. “Salvo engano, há três anos já estavam especulando que o vulcão, caso a erupção fosse muito forte, poderia provocar desmoronamento de parte da ilha e, com isso, produzir tsunamis que poderiam, em tese, atingir a costa norte e nordeste do Brasil”.

O vulcão entrou em atividade neste domingo (19), lançando uma nuvem de fumaça e cinzas. Questionado sobre a possibilidade do tsunami atingir o Brasil, ele afirma que existe, mas é menos provável. “No entanto, já tivemos segundo alguns tsunamis no passado. Um desabamento de talude ou de qualquer grão de massa rochosa para gerar um tsunami que chegasse teria que ser enorme”.

“Por exemplo, houve um desabamento de talude pós-terremoto na região de Agadir na África do outro lado do Atlântico que gerou tsunamis que arrasaram a cidade, mataram muita gente, isso ocorreu em 1960, mas os tsunamis não chegaram a causar impactos aqui. Nem sequer foram notados. Por isso é difícil afirmar que um problema nas Canárias possa atingir o Brasil.”, conta.

Ele também destaca que existe tsunami capaz de atravessar um oceano para provocar estragos na linha de costa distantes, como no Brasil. Porém, para isso, o vulcão teria que explodir por inteiro, como ocorreu com o vulcão Krakatoa, em 2018, no Índico.

*estagiária sob supervisão da editoria