Saiba o que fazer ao encontrar coral-sol no litoral de Alagoas

Único jeito de controlar disseminação da espécie invasora é com remoção manual, mas trabalho só pode ser realizados por mergulhadores qualificados.

Por g1 AL


Espécie invasora de coral-sol foi detectada pela primeira vez no litoral de Alagoas — Foto: Laboratório de Ictiologia e Conservação da Ufal

O professor e pesquisador da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Cláudio Sampaio, explicou nesta sexta-feira (1) como a população pode ajudar a evitar a disseminação do coral-sol no litoral de Alagoas. A espécie invasora foi identificada pela 1ª vez no mar alagoano no dia 23 de março.

O coordenador do Laboratório de Ictiologia e Conservação, da Unidade Penedo da Ufal, orienta que ao encontrar coral-sol, a população entre em contato pelo WhatsApp (82) 99654-5349 e não mexa nas colônias do coral. Isso porque a espécie invasora só pode ser retirada por mergulhadores preparados para esse tipo de trabalho.

"A Ciência Cidadã, onde a população fornece dados para os pesquisadores, é mais do que bem-vinda, é urgente e necessária. Quem detectar esses corais e puder nos avisar, vai estar contribuindo com a preservação dos ambientes recifais alagoanos", afirma.

O pesquisador também explica que uma pessoa que não é treinada para a retirada do coral-sol pode acabar machucando espécies nativas.

“A remoção é manual, colônia a colônia, porque ele se estabelece junto às espécies nativas. O mergulhador deve ter o cuidado de não ferir as espécies nativas. Por isso, se detectarmos as colônias de coral-sol ainda no estágio inicial, fica mais fácil e menos custoso removê-las", disse Sampaio.

O coral-sol é uma espécie exótica considerada invasora por ter o crescimento acelerado e possuir vantagens competitivas em relação a espécies nativas. Com uma multiplicação cerca de três vezes maior, essa infestação massiva faz com que a vida marinha praticamente desapareça onde ele se instala, podendo causar prejuízos ao ambiente natural, à economia e à saúde.

Espécie invasora de coral-sol foi detectada pela primeira vez no litoral de Alagoas — Foto: Laboratório de Ictiologia e Conservação da Ufal

A equipe de pesquisadores formada por integrantes do Programa de Pós-Graduação Diversidade Biológica e Conservação dos Trópicos da Ufal e do Projeto Corais do Brasil e ICMBio/Reserva Extrativista Marinha da Lagoa de Jequiá divulgou a descoberta feita por mergulhadores no navio naufragado Itapagé, na Lagoa Azeda, em Jequiá da Praia.

"O coral Tubastraea tagusensis, conhecido popularmente como coral-sol, é considerado uma espécie invasora no Brasil, mas se adapta, se regenera e se reproduz com muita facilidade". Os recifes brasileiros possuem poucas espécies de corais construtores, mas quase todos são exclusivos, não existindo em nenhuma outra parte do planeta, portanto precisamos preservá-los", explica Cláudio Sampaio.

Pelo tamanho da colônia detectada em Jequiá da Praia, os pesquisadores acreditam que o coral-sol já está no navio Itapajé há mais de três anos e alertam para o risco alto de que larvas do organismo tenham sido transportadas pelas correntes marítimas para outras localidades.

"O coral-sol não pode ser deixado no ambiente. Ele acaba, com sua grande capacidade de competir pelo espaço, reduzindo a possibilidade de outras espécies sobreviverem. Não só os corais nativos, outros organismos como as esponjas e até peixes, são afetados", explica Cláudio Sampaio.

VÍDEO: Coral-sol é encontrado no litoral de Alagoas

Coral-sol é encontrado no litoral de Alagoas

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