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Educação

22/04/2022 às 16h32 - atualizada em 22/04/2022 às 17h42

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Comunidade da Ufal pede solução para déficit de intérpretes e tradutores de Libras
Professora afirma que universidade conta com oito profissionais para dar conta da graduação e pós-graduação. Universidade afirma que cortes orçamentários afetam contratações temporárias e por concurso público.
Comunidade da Ufal pede solução para déficit de intérpretes e tradutores de Libras
Reunião realizada no gabinete do reitor Josealdo Tonholo com representantes da comunidade de surdos e ouvintes. FOTO: Ascom/Ufal

Uma reunião realizada na manhã da terça-feira (19) buscou encontrar uma solução para o déficit de profissionais intérpretes e tradutores da Língua Brasileira de Sinais (Libras) na Universidade Federal de Alagoas. De acordo com a professora Lígia Ferreira, coordenadora do curso de Letras-Libras, no caso do acompanhamento dos surdos, a instituição conta apenas com oito profissionais na graduação e na pós-graduação.


Esses profissionais atuam no suporte aos estudantes e professores surdos e na tradução para Libras das várias atividades presenciais e virtuais realizadas pela universidade.


Para seguir implantando políticas afirmativas, a Ufal ressalta que são necessários profissionais capacitados para dar suporte às necessidades específicas de cada grupo. A instituição justifica que a defasagem acontece porque os cortes orçamentários implementados pelo governo federal nos últimos meses afetaram as contratações temporárias e, principalmente, por concurso público nas Universidades.


Em outubro do ano passado, a Pró-reitoria de Gestão de Pessoas e do Trabalho (Progep) da Ufal abriu edital simplificado para contratação, por tempo determinado, de profissionais técnicos especializados em Língua Brasileira de Sinais (Libras).


O pró-reitor de Gestão de Pessoas, Wellington Pereira, informou que o processo já estava concluído, com aprovação de 11 candidatos que estavam em vias de contratação, quando o Ministério da Educação (MEC) emitiu ofício circular, em março deste ano, proibindo esse processo de prestação de serviços temporários.


“Remetemos o processo para a Procuradoria Federal (PF) junto à Universidade Federal de Alagoas, mas a União obteve decisão favorável para a determinação de não contratar os profissionais selecionados”, relatou Pereira.


Lígia Ferreira enfatiza que uma solução precisa ser encontrada urgentemente. “Precisamos encarar esse problema como prioridade institucional porque estamos descumprindo um direito fundamental de as pessoas surdas terem acesso à educação, impedindo-as de se comunicarem em sua língua materna, isolando-as dentro da Ufal. Essa situação já compromete, enormemente, o desenvolvimento de nossas atividades acadêmico-científicas”, ressaltou a coordenadora.


“Entendemos que essa é uma prioridade e que a ausência desses profissionais provoca um isolamento da comunidade surda e não podemos nos conformar com isso numa Universidade que já fez tanto pela inclusão como é a Ufal”, declarou o reitor Josealdo Tonholo durante a reunião.


Entre os encaminhamentos definidos no encontro, a Progep vai avaliar como contratar os aprovados no processo seletivo temporário com a verba de custeio da Universidade. “Paralelo a isso, faremos uma mobilização junto ao Congresso Nacional para regulamentar provimento para a contratação de intérpretes de Libras. Também precisaremos solicitar um concurso público, porque as contratações temporárias causam um desgaste a esses profissionais, que não podem criar vínculos com a instituição”, informou Wellington Pereira.

FONTE: Com informações da Ascom/Ufal

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