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07/04/2022 às 18:01

Técnico da Ufal elabora cartilha sobre política de águas para alunos surdos

A legislação federal que reconhece a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio legal de comunicação e expressão da comunidade surda completa 20 anos neste mês de abril. Desde que a lei 10.436/2002 entrou em vigor, avanços significativos foram registrados, a exemplo da obrigatoriedade de intérpretes nas instituições federais de ensino, dando a visibilidade necessária para as pessoas surdas.

No entanto, ainda são muitas as barreiras que impedem esse público não só do simples ato de se comunicar, mas também de ter acesso ao conhecimento, sobretudo, o escrito. Isso porque, mesmo sendo alfabetizado em língua portuguesa, é em libras que o surdo entende e se comunica melhor. Para a comunidade surda, esse código linguístico, com suas regras próprias, é a língua-mãe.

E foi a falta de materiais escritos adaptados ao público surdo que levou o técnico-administrativo da Ufal, Lenin Costa, a desenvolver um produto educacional, em seu mestrado profissionalizante no Instituto Federal de Alagoas (Ifal), abordando a lei 9.433/97 que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos.

“Essa lei faz parte da grade do curso técnico de nível médio integrado em Meio Ambiente, ofertado pelo Ifal em Marechal Deodoro. Na época, estudavam dois alunos surdos. Uma pesquisa com eles constatou que não existia material adaptado para auxiliá-los. Assim, em conjunto com minha orientadora, professora Ana Paula Fiori, foi tomada a decisão de preparar um recurso que os ajudasse no processo de aprendizagem”, relata ao destacar que o “foco foi auxiliar os alunos surdos  facilitando o entendimento da lei”.

Uma demanda real, constatada localmente e que rendeu uma cartilha que vai ajudar a muitos outros estudantes surdos. O material pode ser acessado na plataforma EducaCapes 

Apoio

Além da orientação e da experiência da professora Ana Paula que, na época, ensinava os alunos surdos, o trabalho realizado por Lenin no Mestrado em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT) contou com a participação da intérprete de Libras do Ifal, Angélica Cordeiro. “Essa colaboração foi importantíssima para adaptar o conteúdo”, destaca o servidor da Ufal. 

Angélica lembra que, ao receber o convite para participar, encarou como um “desafio por nunca ter feito algo parecido”. A missão foi aceita e ela comemorou o resultado. “Foi bem proveitoso e gratificante ter participado e poder ter contribuído com o projeto proposto”, destaca. 

A Língua Brasileira de Sinais, de acordo com a lei 10.436/2002, não pode substituir a modalidade escrita da língua portuguesa, mas isso não impede a elaboração de materiais adaptados. Trabalhando diariamente com a tradução para a comunidade surda, Angélica sabe bem da importância de conteúdos voltados para a necessidade desse público. “O ideal para os surdos é que a abordagem seja na língua-mãe, no caso, libras, pois torna a compreensão mais fácil e de total acessibilidade à comunidade quando for fazer o uso do material”, enfatiza.



Ascom Ufal

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