Caps Sadi Feitosa de Carvalho realiza ação alusiva ao Agosto Lilás

Ação contou com apresentação teatral, roda de conversa para desconstruir os contos de fada em que a mulher é oprimida, além de apresentação musical.

Nesttor Netto (estagiário) - Ascom SMS 18/08/2022 às 07:15
Caps Sadi Feitosa de Carvalho realiza ação alusiva ao Agosto Lilás
Usuárias participam de apresentação de pastoril. Foto: Rodrigo Carlos/SMS

O Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Dr. Sadi Feitosa de Carvalho, localizado na Chã de Bebedouro, promoveu na tarde de quarta-feira (17) uma ação alusiva ao Agosto Lilás para usuários, servidores e toda a comunidade local. O evento teve como objetivo enaltecer a Lei Maria da Penha, instituída  com nº 11.340 (de 07 de agosto de 2006), intensificando a campanha de conscientização pelo fim da violência contra a mulher.

Profissionais da Gerência de Atenção Psicossocial (GAP) de Maceió e do Caps Sadi Carvalho, em parceria com a Universidade Federal de Alagoas (UFAL), fizeram apresentações lúdicas e artísticas sobre o combate à violência e opressão das mulheres, com foco na desconstrução de comportamentos opressores trazidos em muitos contos de fadas.

Durante a tarde, os usuários participaram de apresentação de baianas, pastoril e de uma simulação teatral sobre  a chapeuzinho vermelho seguida de um bate-papo e trocas de experiências entre as participantes sobre abuso psicológico, responsabilidade emocional e violência física.

“Os contos infantis sempre tiveram um cunho moralizante, sobretudo ao comportamento da mulher, então trabalhamos com o grupo majoritariamente feminino, para gerar reflexão sobre a condição da mulher. Desconstruir condutas opressoras e demonstrar de uma forma didática, lúdica e artísticas exemplos de violência física, emocional e psicológica que vivemos é mais prático,” informa Hilda Cavalcante, assistente social do Caps Sadi Carvalho.

Hilda Cavalcante, assistente social do Caps Sadi Carvalho. Foto: Rodrigo Carlos/SMS
Hilda Cavalcante, assistente social do Caps Sadi Carvalho. Foto: Rodrigo Carlos/SMS

Já Telma Lou, professora do Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Alagoas, enfatiza que a repetição de comportamentos e de uma cultura machista ainda são reflexo da historicidade e tende a continuar se não discutirmos sobre o assunto. Para ela, a arte e o ato de informar são formas educativas para o desenvolvimento psicológico, intelectual e emocional.

Telma Lou, professora do Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Alagoas. Foto: Rodrigo Carlos/SMS
Telma Lou, professora do Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Alagoas. Foto: Rodrigo Carlos/SMS

“Todo o processo de reflexão e de questionamentos sobre nossa história, que são passadas pela oralidade e escrita são essenciais para existir uma conversa, precisamos dialogar sobre. A mulher sempre está em uma situação de opressão nos contos, e isso é normalizado.  O medo de passar por uma floresta, de passar na rua  por consequências de existir violação, essa realidade faz parte da nossa vida e nesse mês é um marco importante sobre a violência contra à mulher, pois é crime, e através das artes de forma lúdica e educativa podemos disseminar informação e gerar prevenção”, informa a psicóloga. 

Colaboração das artes para a prevenção à violência

Para o servidor e professor de teatro do Caps Sadi Carvalho, Alan Cardoso,  que já realiza ações artísticas na unidade como forma de ressocialização, esclarece sobre a colaboração das artes no tratamento e combate à violência.

“A arte  sai do comodismo que à sociedade nos impõe e fala sobre o que incomoda. Qualquer expressão artística é fundamental para educar, ressocializar e está à serviço da população. Através do lúdico podemos gerar uma leveza para discutir sobre assuntos relevantes. Tiramos das histórias informações e pontos que geram identificação para levarmos como uma experiência de aprendizado para nossa realidade social e isso tem contribuído para à saúde psicológica, emocional e tem ensinado muito aos usuários”, destaca. 

Participação dos usuários

Ivonete Ferreira da Silva, usuária do Caps, compartilhou sua alegria em fazer parte desse momento. “É maravilhoso estar envolvida com as artes, faz com que eu me recorde da minha mãe, que também era mestra das baianas e do coco de roda. Passei por um momento muito triste com a perda dela, e encontro na arte e no acolhimento  do Caps um conforto. Aqui estou compondo minha músicas e fazendo minha arte”, destaca. 

Ivonete Ferreira da Silva, usuária do Caps. Foto: Rodrigo Carlos/SMS
Ivonete Ferreira da Silva, usuária do Caps. Foto: Rodrigo Carlos/SMS
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