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Endividamento de Alagoas não diminuiu pobreza, aponta estudo da Ufal

Os empréstimos e repactuações da dívida pública alagoana não ajudaram a diminuir, expressivamente, nem a pobreza nem a miséria menos ainda o conjunto dos índices sociais negativos no Estado.

A análise é de Luciana Caetano e Victor Thiago Farias que coordenaram um estudo via Ufal sobre a relação entre endividamento e melhoria dos índices sociais.

Empréstimos ajudaram mesmo a manter a concentração de renda e riqueza, inibindo o consumo em larga escala e os mais pobres vendo como inacessíveis itens de primeira necessidade.

Segundo o IBGE, 51,7% da população alagoana vivia em situação de pobreza em 2021. Ou 1,7 milhão de pessoas. Dentro destes números, 523 mil (15,6%) estavam em condições ainda piores: na extrema pobreza, ganhando menos de R$ 168 por mês. É o maior percentual desde 2012, quando o instituto começou a série histórica. Em 2020, eram 43,9% dos alagoanos na pobreza e 11,8% extremamente pobres.

Em 2020 e 2021, Alagoas era governada por Renan Filho (MDB) que ajudou a eleger e reeleger Paulo Dantas (MDB).

Essa piora nos números da pobreza é injustificável. Nestes dois anos Alagoas não apenas conseguiu aprovar empréstimos como nadava em dinheiro após a concessão dos serviços de água e esgoto, por R$ 2,6 bilhões, para a BRK Ambiental, além de conseguir uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) suspendendo os pagamentos de parcelas mensais da dívida pública, por causa dos gastos com a pandemia mais repasse de R$ 949 milhões do Governo Federal para enfrentamento à Covid-19 e o desconto nos serviços da dívida, transferindo o que não foi pago para o estoque desta dívida.

Luciana Caetano da Silva, doutora em Desenvolvimento Econômico pela UNICAMP

 

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