De 41 hospitais universitários federais, só 2 têm aprovação dos bombeiros
Pelo menos 32 dos 41 hospitais universitários federais geridos pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) não possuem aprovação dos bombeiros contra incêndio.
É o que informou a própria EBERSH, em resposta a um requerimento feito pela GloboNews via Lei de Acesso à Informação. O número pode chegar a 39 das 41 unidades em situação irregular, já que, para 7 das unidades, não foram prestadas informações.
Criada em 2011, a EBSERH é uma empresa vinculada ao Ministério da Educação, e tem a finalidade de administrar os hospitais das universidades federais. Os hospitais da Rede EBSERH são centros de referência de média e alta complexidade para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Os hospitais em situação regular junto aos bombeiros são:
- Hospital da Universidade Federal de Pelotas - (HE-UFPel);
- Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins - (HDT-UFT).
Segundo a EBSERH, outros 32 hospitais geridos pela empresa não possuem aprovação dos bombeiros contra incêndio. São eles:
Sul
1. Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná - (CHC-UFPR / HC-UFPR);
2. Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago da Universidade Federal de Santa Catarina - (HU-UFSC);
3. Hospital Universitário de Santa Maria - (HUSM-UFSM);
4. Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr. da Universidade Federal do Rio Grande - (HU-Furg);
Sudeste
5. Hospital Universitário Profº. Dr. Horácio Carlos Panepucci da Universidade Federal de São Carlos - (HU-UFSCar);
6. Hospital Universitário Antonio Pedro da Universidade Federal Fluminense - (Huap-UFF);
7. Hospital Universitário Gaffrée e Guinle da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - (HUGG-Unirio);
8. Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes da Universidade Federal do Espírito Santo - (Hucam-Ufes);
9. Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro - (HC-UFTM);
10. Hospital das Clínicas de Uberlândia - (HC-UFU);
11. Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (HU-UFJF);
Centro-Oeste
12. Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados - (HU-UFGD);
13. Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - (HUMAP-UFMS);
14. Hospital Universitário Julio Müller da Universidade Federal de Mato Grosso - (HUJM-UFMT);
15. Hospital das Clínicas de Goiás - (HC-UFG);
16. Hospital Universitário de Brasília - (HUB-UnB);
Norte
17. Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza da Universidade Federal do Pará - (CHU-UFPA/HUBFS);
Nordeste
18. Maternidade Escola Januário Cicco da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - (MEJC-UFRN);
19. Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA);
20. Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí - (HU-UFPI);
21. Hospital Universitário Walter Cantídio da Universidade Federal do Ceará - (HUWC-UFC);
22. Maternidade-Escola Assis Chateaubriand da Universidade Federal do Ceará - (MEAC-UFC);
23. Hospital Universitário Professor Edgard Santos da Universidade Federal da Bahia - (HUPES-UFBA);
24. Maternidade Climério de Oliveira da Universidade Federal da Bahia - (MCO-UFBA);
25. Hospital Universitário Prof. Alberto Antunes da Universidade Federal de Alagoas - (HUPAA-UFAL);
26. Hospital Universitário da Universidade Federal do Vale do São Francisco - (HU-Univasf);
27. Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco - (HC-UFPE);
28. Hospital Universitário de Lagarto da Universidade Federal de Sergipe - (HUL-UFS);
29. Hospital Universitário de Sergipe da Universidade Federal de Sergipe - (HU-UFS);
30. Hospital Universitário Alcides Carneiro da Universidade Federal de Campina Grande - (HUAC-UFCG);
31. Hospital Universitário Ana Bezerra da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - (HUAB-UFRN);
32. Hospital Universitário Onofre Lopes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - (HUOL-UFRN);
A EBSERH não respondeu sobre a situação dos 7 hospitais abaixo, de forma que não foi possível saber se possuem – ou não – aprovação dos bombeiros contra incêndio.
Sul
1. Maternidade Vitor Ferreira do Amaral da Universidade Federal do Paraná – (CHC-UFPR-MVFA)
Sudeste
2. Hospital das Clínicas da UFMG – (HU-UFMG)
Norte
3. Hospital Universitário João de Barros Barreto da Universidade Federal do Pará – (CHU-UFPA-HUJBB)
4. Hospital Universitário Getúlio Vargas da Universidade Federal do Amazonas (HUGV-Ufam)
5. Hospital Universitário da Universidade Federal do Amapá – (HU-Unifap)
Nordeste
6. Hospital Universitário Lauro Wanderley da Universidade Federal da Paraíba – (HULW-UFPB)
7. Hospital Universitário Júlio Bandeira da Universidade Federal de Campina Grande – (HUJB-UFCG)
Incêndios em hospitais
Em fevereiro de 2017, um incêndio assustou pacientes e funcionários do Hospital Universitário Gafrée e Guinle, na Tijuca, Zona Norte do Rio, na manhã desta sexta-feira (3). As chamas foram controladas pela equipe do próprio hospital, mas o CTI da unidade ficou tomado pela fumaça, e oito pacientes foram levados às pressas para uma enfermaria.
O Gafrée e Guinle é ligado à Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) e é referência no tratamento de pacientes com HIV.
Como a sala onde estava o equipamento fica exatamente em cima do CTI, a fumaça tomou conta da unidade de cuidados intensivos. Ninguém ficou ferido, mas um funcionário do setor de manutenção passou mal por ter inalado grande quantidade de fumaça.
Em junho de 2019, um incêndio atingiu parte das instalações do Hospital Universitário Professor Edgard Santos, ligado à UFBA, em Salvador. O fogo começou em um laboratório localizado no sexto andar do prédio. Ninguém ficou ferido.
Devido à grande quantidade de fumaça, pacientes de enfermarias que ficam no quarto andar, mais próximo ao local do incêndio, foram realocados em outras enfermarias do hospital que ficam no primeiro e segundo andar.
Em novembro de 2020, um incêndio foi registrado na UTI Neonatal da Maternidade Escola Januário Cicco, ligada à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Um bebê morreu durante a transferência do local, segundo confirmou a instituição.
Ao todo, a UTI Neonatal estava com os 26 leitos disponíveis ocupados, sendo 11 deles na ala que foi atingida. Todos precisaram ser transferidos, o que aconteceu logo no início do incêndio, por volta das 3h15. Uma das crianças, que era prematura e tinha uma quadro "extremamente delicado", não resistiu e faleceu.
Outro lado
A Empresa Brasileira de Seviços Hospitalares informou que um terceiro hospital também tem alvará dos bombeiros: o Hospital Universitário da Universidade Federal do Amapá (HU-Unifap).
Em nota, a empresa disse que as unidades hospitalares têm contato constante com o Corpo de Bombeiros para atender às exigências específicas de cada uma. A EBSERH afirmou que tem adquirido material de combate a incêndio, como extintores, criado e identificado rotas para casos de urgência, e realizado ações estruturais.
A EBSERH alega que boa parte dos hospitais funcionam em prédios antigos, e que muitos deles se encontravam com a infraestrutura física desatualizada quando passaram para a responsabilidade da empresa. Por fim, a empresa disse que nos últimos anos tem realizado avanços na proteção a incêndio em suas unidades.