O Blog Bastidores tem recebido, desde o início da semana, relatos de tristeza e desespero vindos de professores, pesquisadores e alunos da Universidade Federal Federal de Alagoas (UFAL). Dizem, todos eles, que a situação enfrentada pela instituição é inédita em seus 62 anos.

Na última quarta-feira (07), o reitor da instituição, professor Josealdo Tonholo, avisou que o Restaurante Universitário fecha as portas na próxima segunda (12) se não houver algum repasse urgente para as contas vazias da universidade. Tonholo também frisou que jamais havia enfrentado tamanha dificuldade.

Sob condição de anonimato, três profissionais da UFAL contaram alguns cenários que estão vivenciando nos corredores da instituição.

Via whatsapp, um professor informou que seu projeto de pesquisa que já não recebe repasses pelo CNPQ há dois meses, agora não irá pagar também seus quatro bolsistas - alunos de cursos de graduação na área de ciências humanas. Ele diz que um destes sobrevive exclusivamente da bolsa de 600 reais que recebe do projeto.

Outro relato vem de um técnico administrativo com trânsito em vários cursos e prédios da universidade. Diz ele que o clima entre os terceirizados é de pânico e choradeira. Não receberam ainda os salários de dezembro, e não sabem se receberão o 13° salário.

Por último, um aluno relata ao Blog que não sabe se continuará indo às aulas até o fim do semestre letivo, pois sem perspectiva de receber sua bolsa como aluno em situação de vulnerabilidade, só lhe resta voltar a cidade de São José da Tapera, no sertão alagoano, onde reside a família.

A UFAL foi apenas uma das dezenas de universidades que sofreram com dois cortes consecutivos de recursos financeiros, bloqueados pelo Ministério da Economia. O órgão informa que a retenção dos recursos foi necessária para cumprir as metas do teto de gastos, e que a situação será reavaliada na segunda quinzena deste mês.

Nenhum dos citados neste conteúdo se mostrou confiante em relação a mudança no cenário financeiro da UFAL.