O reitor da Universidade Federal de Alagoas, Josealdo Tonholo, cumpriu agenda na segunda-feira (14) em Brasília. Ele esteve reunido com deputados da bancada federal alagoana para tratar de três temas estratégicos: a situação dos aposentados e pensionistas frente à necessidade de prova de vida; a criação do campus da Ufal no Litoral Norte; e o redimensionamento do quadro de pessoal do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HU), integrante da rede Ebserh.

A reunião ocorreu na residência oficial da Presidência da Câmara e contou com a presença dos deputados Arthur Lira, Tereza Nelma, a assessora parlamentar Adriana Toledo, e o representante da Ufal em Brasília, Ineh Alarcão.

O reitor falou sobre os transtornos recentes causados pela suspensão de pagamento de 223 aposentados e pensionistas da Ufal em função de problemas na realização da Prova de Vida. “O Ministério da Economia adotou a posição unilateral de suspensão dos proventos, sem comunicação prévia. O mesmo ocorreu com milhares de outros aposentados e pensionistas do governo federal em todo o território nacional, basicamente em função da confusão gerada pela adoção de procedimentos distintos para os beneficiários do INSS e os aposentados e pensionistas do governo federal”, explicou o Tonholo.

Ele ressaltou que uma força-tarefa realizada pelas equipes da Pró-reitoria de Gestão de Pessoas (Progep), por meio do Siass, da Coordenadoria de Qualidade de Vida (CQVT) e do Departamento de Administração Pessoal (DAP), e das entidades que representam os docentes, a Adufal, e os trabalhadores da Ufal, o Sintufal, resolveu momentaneamente cerca de 96% dos casos de comprovação existentes. No entanto, o pedido de apoio aos parlamentares, em Brasília, foi devido ao risco de novas ocorrências.

“O presidente da Câmara se comprometeu a conversar com a equipe do Ministério da Economia no sentido de unificar as regras de prova de vida, evitando novos transtornos aos aposentados e pensionistas”, destacou Tonholo sobre o resultado da visita.

Campus do Litoral Norte

A criação do Campus do Litoral Norte foi aprovada pelo MEC nos anos de 2012 e 2013, como forma de aumentar a presença da Ufal pelo território alagoano, entendendo a necessidade de mais acesso ao ensino superior no Estado. Mas, o projeto não seguiu adiante e o reitor Josealdo Tonholo pretende conseguir apoio da bancada federal alagoana para retomar as tratativas.

Ele apresentou aos deputados os resultados já alcançados no desenvolvimento das regiões do Agreste e do Sertão depois da chegada dos campi da Ufal no interior do estado, e falou sobre as expectativas de impactos no Litoral Norte com a implantação de um campus da Universidade.

“Já existe um processo de doação de terreno do município de Porto Calvo para a Ufal, para a implantação da sede do novo campus. O deputado Arthur Lira se comprometeu a acionar o Ministério da Educação para solicitar autorização de retomada do projeto. O parlamentar sugeriu também organizar uma audiência pública na região, envolvendo prefeituras e lideranças, para revisar a proposta inicial de acordo com a nova realidade econômica”, ressaltou Tonholo.

Inicialmente, o Campus Litoral Norte foi planejado para abrir cursos de graduação nas engenharias e exatas, para atender às demandas da refinaria de Abreu e Lima, que estava em fase de implantação à época. Existia a proposta de gerar 70 vagas de docentes e 76 de servidores técnicos, mas o projeto não teve autorização pelo MEC.

HU e dimensionamento de pessoal

O reitor aproveitou a visita aos parlamentares para apontar a necessidade de redimensionamento dos quadros técnicos da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), responsável por gerir o Hospital Universitário da Ufal. De acordo com Tonholo, o HU possui um déficit de 657 profissionais para atender a pactuação de produção junto ao SUS.

Tonholo reforçou que isso ocorre em todos os hospitais da rede e que, apesar de mapeada e aprovada a demanda pela sede da Ebserh, a Secretaria de Estatais (Sest) do Ministério da Economia não está autorizando as referidas contratações, por questões de contingência orçamentária.

“No caso do HU, a restrição de pessoal hoje impacta deveras no cumprimento da pactuação da produção, implicando em filas de atendimento em várias especialidades”, lamentou o reitor.

A deputada Tereza Nelma, que esteve em recente visita ao HU para verificar o andamento das obras do bunker que vai receber o moderno acelerador linear para tratamento oncológico (veja mais aqui), reforçou seu apoio às demandas do hospital.

“Um hospital com muito potencial, porém, necessitando de medidas para melhorar o atendimento importantíssimo que é prestado à população. Precisamos valorizar e trabalhar para que ele [0 HU] possa ser de excelência. Com ajuda de todos que representam Alagoas, acredito que vamos conseguir”, disse a parlamentar.O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, se comprometeu em acionar o Ministério da Economia em favor da liberação de orçamento para contratar o pessoal necessário, considerando este um setor estratégico, especialmente em tempos de pandemia. Lira disse que vai verificar pessoalmente, em futura visita ao HU, quais são as demandas urgentes e também os vários avanços no atendimento que o hospital tem alcançado.