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Moradores da Residência Universitária denunciam racismo e cárcere privado

Vítimas são quilombolas alagoanos, alunos do curso de Ciências Sociais

Dois estudantes Quilombolas do interior de Alagoas denunciaram um caso de racismo na Residência Universitária (RUA). Na manhã desta segunda-feira (10), por meio de um comunicado feito à Pró-Reitoria Estudantil, eles relataram que o universitário paulista Marcos Henrique Alves manteve os estudantes de Ciências Sociais Israel de Oliveira e Cássio Norberto em cárcere privado na cozinha do prédio. A Proest vai comunicar a situação à Reitoria da Ufal para a apuração de todos os fatos. A ocorrência se deu na sexta-feira (07).

Segundo relataram, além da aprisionar os estudantes na cozinha, também foram feitas ameaças de agressão. Ao perceberem o fato, outras estudantes tentaram intervir e uma mulher negra também teria sido agredida com empurrões. Por conta da repercussão do caso e da mobilização das mulheres, a agressão aos estudantes não teria ocorrido. 

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"Diante da tentativa de agressão e intimidação, foi aberto um Boletim de Ocorrência e requerido que a Ufal tome providências. Marcos é reincidente na prática de racismo. Ingressou na universidade, no ano de 2017, no curso de bacharel em Ciências Sociais e, mesmo sendo branco, se utilizou de forma irregular do sistema de cotas raciais para negros e indígenas", denuncia o documento divulgado pelos estudantes da RUA.

No documento, os estudantes relatam que essa não é a primeira vez que o mesmo acusado se envolve em confusão no ambiente. Em 2018, um estudante homossexual teria sofrido uma tentativa de agressão e um quilombola também foi ameaçado de agressão. No ano seguinte, a agressão física foi registrada, o que resultou em outro B.O. em desfavor do aluno.

Medo

Desde a ocorrência dos fatos mais recentes, o clima é tenso na RUA. De acordo com uma das moradoras - a estudante Vanessa Pereira de Oliveira -, do ponto de vista psicológico, os alunos estão muito abalados, evitando circular pelo prédio e se mantendo a maior parte do tempo dentro dos quartos.

"O clima é de tensão, medo e pavor a todo o instante. Temos medo o tempo todo. Ficamos no quarto a maior parte do tempo. Às vezes, saímos até armados com algum objeto para se defender", relatou Vanessa.

Ela conta que, desde as primeiras agressões ocorridas, nem a Proest nem a polícia tomou providências cabíveis, o que só reforçou as atitudes do agressor. Diante da repercussão do caso, ele havia deixado o prédio e, após um ano, retornou e já teria partido para a agressão. "O alvo são sempre os mesmos: mulheres, negros e os homossexuais. Sem falar nos maus-tratos que ele também faz com animais, que nos deixa indignados", completou Vanessa.

Por isso, os estudantes esperam que a Ufal tome uma providência condizente com o que prevê o regimento com estudantes e resolva a situação, retirando quem causa o problema, e não, suas vítimas.

Ufal

Por telefone, o pró-reitor Estudantil, Alexandre Lima, informou que, no dia do fato, o pró-reitor em exercício esteve na RUA, para averiguação dos fatos e acalmar os estudantes. Hoje as informações serão levadas para a reitoria a fim de que sejam dados os encaminhamentos.

"Estamos encaminhando o pedido para a abertura de um procedimento. Agora estamos abrindo um processo administrativo. Será instalada uma Comissão de Sindicância para apurarmos com mais detalhes os fatos. Caberá à reitoria a indicação dos integrantes da comissão que serão pessoas da comunidade acadêmica. Vale ressaltar que todos os envolvidos serão ouvidos e terão o amplo direito de defesa", revelou Alexandre.

O documento da equipe de segurança que estava de plantão no dia da ocorrência ainda não havia sido repassado à Proest. Mas, de acordo com o pró-reitor, com base nos relatos já seria possível encaminhar o pedido de apuração. 

Apoio

Os estudantes Cássio Norberto, que é da Comunidade quilombola Sapê, em Penedo, e Israel de Oliveira, da Comunidade Cajá dos Negros, em Batalha, receberam apoio de outras lideranças negras da capital.

Numa postagem em sua rede social, o educador Ari de Oliveira denunciou o fato e mobiliou integrantes dos movimentos sociais, para que também pressionem a Ufal por providências em relação ao denunciado. 

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