Professor da Ufal é o mais novo membro do Comitê Consultivo da editora Elsevier Edeildo da Silva Júnior participou de seleção internacional e foi escolhido por conta de sua relevante produção científica na área de química medicinal.

Thâmara Gonzaga / Ascom Ufal

22 jul 2022 - 12:19


Foto: Divulgação

Jovem pesquisador, com carreira de destaque e alta produção científica. Essas são informações acadêmicas que descrevem o atual momento profissional do docente do Instituto de Química e Biotecnologia (IQB) da Ufal, Edeildo Ferreira da Silva Júnior. A dedicação e os resultados obtidos pelo professor em suas pesquisas fizeram com que ele fosse selecionado como o mais novo membro do Comitê Consultivo da Editora holandesa Elsevier, uma empresa reconhecida e consolidada no ramo de publicações científicas.

O professor relata que o processo de seleção, de abrangência internacional, teve início em novembro de 2021 e contou com mais de 360 candidatos. O objetivo era escolher um novo membro para atuar junto aos periódicos Bioorganic & Medicinal Chemistry (BMC) e Bioorganic & Medicinal Chemistry Letters (BMCL), ambos na área de química medicinal.

Entre os critérios para participar, Edeildo informa que os candidatos deveriam ser jovens pesquisadores, com título de doutor recebido há menos de 10 anos, alta produção científica de qualidade, carreira de destaque e engajados em publicar e editorar trabalhos relevantes na área.

“A Elsevier divulgou a seleção em todas as suas plataformas de mídias sociais, encerrando em 30 de abril de 2022. Dessa forma, pesquisadores do mundo inteiro puderam acessar e se candidatar, enviando seus currículos para a doutora Jéssica Pancholi (editora científica), que ficou responsável por receber e dar prosseguimento à seleção”, conta o docente da Ufal.

Escolhido para a vaga do comitê consultivo, o professor se tornou embaixador das duas revistas da Elsevier. “Ambas pertencem à área da química medicinal, porém a BMC dedica-se à publicação de estudos maiores e mais completos, com temas variados; enquanto a BMCL, dedica-se mais à publicação de trabalhos curtos e com temas extremamente relevantes para área, principalmente, aqueles que vêm acompanhado de perspectivas promissoras para o desenvolvimento de fármacos”, explica.

Ao falar sobre a importância do grupo editorial no ambiente científico, ele destaca que “a Elsevier, empresa global de informações analíticas, contribui com instituições e profissionais para o progresso da assistência à saúde e da ciência melhorando seus desempenhos em benefício da humanidade”.

Ele lembra que a empresa foi fundada em 1880 e, desde então, “tem contribuído para o progresso da ciência global, oferecendo mais de 20 mil produtos para as comunidades da área de educação, ciências e saúde”. E ressalta: “Atualmente, é praticamente impossível fazer pesquisa sem consultar um artigo vinculado às revistas da Elsevier, demonstrando tamanha importância da mesma”.

O docente vai atuar, pelo menos, pelo período de dois anos junto aos periódicos BMC e BMCL, com possibilidades de renovação por tempo indeterminado. Ele vai auxiliar no lançamento de volumes especiais, correção de artigos, convidando outros pesquisadores para atuar nas revistas, além de promover as publicações em mídias sociais e eventos científicos. Em contrapartida, para auxiliar no desenvolvimento da carreira de pesquisador de Edeildo, a Elsevier garantirá acesso gratuito e ilimitado a todas as revistas do grupo, submissão anual de artigos de revisão e originais, que serão avaliados internamente pelas revistas, e maior divulgação e promoção dos trabalhos dele pelo grupo editorial.

Da Ufal até o comitê da Elsevier

Toda a carreira acadêmica do professor Edeildo foi traçada na Ufal. Desde a graduação em Farmácia, passando pelo mestrado em Ciências Farmacêuticas, até chegar ao doutorado em Química e Biotecnologia. Em suas pesquisas, a busca pelo desenvolvimento de novos fármacos para tratamento de doenças tropicais negligenciadas, incluindo os vírus da dengue, zika e chikungunya.

Considerado, de certa forma, ainda um principiante no ambiente da pesquisa, tendo concluído o doutorado em 2019, Edeildo fala sobre como é significativo a conquista desse reconhecimento internacional. “Para mim, é uma extrema honra fazer parte do time da Elsevier, que é uma empresa internacional, consolidada e de alto prestígio no cenário acadêmico. Além disso, traz um sentimento de reconhecimento, sugerindo que, de algum modo, tenho causado um impacto acadêmico positivo na área, por meio da publicação de trabalhos científicos relevantes”, analisa.

E acrescenta: “É muito bom saber que temos ‘valor’ dentro das nossas respectivas áreas, mostrando que pesquisadores de diferentes partes do mundo têm direcionado seus olhares para um pesquisador brasileiro, nordestino e professor do IQB da Ufal”.

Ao pensar em sua carreira como pesquisador e nos desafios de fazer ciência no Brasil, o professor avalia “que conseguirá uma maior visibilidade científica, demonstrando que trabalhos do grupo de pesquisa que coordena também têm impacto significativo no cenário internacional”. Ele acredita que novas portas serão abertas na Editora, favorecendo o alcance de seus trabalhos. “Esta nova função incumbida a mim permitirá aumentar bastante minha rede de contatos e potenciais colaboradores, os quais poderão atuar em conjunto no desenvolvimento de atividades de pesquisa”, afirma.

Os ganhos com a seleção para o comitê consultivo vão além da vida do pesquisador e também produzirão resultados significativos para a Ufal. É como encara Edeildo: “Essa minha indicação na Elsevier acaba por atrair um pouco mais de atenção para nossa instituição de ensino superior, pois outros colegas pesquisadores e professores de outras instituições brasileiras irão perceber que a área de química medicinal na Ufal está crescendo e se destacando”, argumenta.

Ainda de acordo com o docente, isso poderá resultar em um aumento de parcerias interinstitucionais entre diferentes grupos brasileiros. “Acredito que um representante do IQB da Ufal no corpo de consultores da Elsevier acaba firmando ainda mais esta IES no cenário internacional, mostrando que esta Universidade nordestina tem muito a contribuir para ciência global”, conclui.

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