TECNOLOGIA ACESSÍVEL

Energia solar chega à atividade agrícola em Porto de Pedras

Por Tamara Albuquerque 09/07/2022 - 11:14

ACESSIBILIDADE

Assessoria
Casa de farinha comunitária é primeiro núcleo de projeto que vai atender a 3,5 mil domicílios
Casa de farinha comunitária é primeiro núcleo de projeto que vai atender a 3,5 mil domicílios

O uso da energia solar fotovoltaica na agricultura é uma realidade que chegou a Alagoas através de um projeto inovador no município de Porto de Pedras, no Litoral Norte do estado. A energia limpa foi implantada inicialmente numa casa de farinha onde a mandioca beneficiada vem da agricultura familiar e garante o sustento de uma comunidade. A inauguração do projeto aconteceu no final de junho, em cerimônia simples com representantes dos setores envolvidos sob o olhar esperançoso de agricultores.

O projeto de criação do Parque Agrícola Solar, quando expandido em sua totalidade, terá capacidade para gerar 6 Mw (megawatts/ hora) de energia, o suficiente para atender a 3,5 mil domicílios no município ocupados por famílias médias (até 4 pessoas) e com custo equivalente a uma taxa social. Além das residências, o projeto vai beneficiar pequenos negócios voltados à agricultura, como a casa de farinha comunitária.

A iniciativa é da ONG Abevila, fundada há 32 anos, e conta com financiamento do Fundo Casa Socioambiental, presente em vários países da América do Sul. O prefeito Henrique Vilela abraçou e apostou na iniciativa como instrumento para impulsionar o uso da tecnologia nas comunidades rurais e para o desenvolvimento da agricultura a custos acessíveis para as famílias.

Segundo ele, o uso da energia solar fotovoltaica vai baratear a cadeia produtiva e abrir possibilidades para agregar novos projetos na agricultura e psicultura no município. Moradores serão capacitados ao trabalho com a tecnologia.

O prefeito também lembra que o projeto, avaliado em torno de R$ 12 milhões, vai contribuir para estimular a geração de emprego e renda, aprendizado e a inclusão social “especialmente para a população feminina e para jovens, cuja oportunidade de emprego é um grande desafio”. A primeira etapa do projeto é considerada pequena em termos de capacidade de geração de energia solar, mas muito importante para coletas de dados científicos que devem nortear o avanço do Parque Agrícola Solar.

Estudantes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) vão observar aspectos – como capacidade de vento, luz solar, entre outros –, para nortear a construção do Parque no município. Hortas e culturas tradicionais, como a macaxeira, serão produzidas embaixo dos painéis solares.

A minuta do projeto apresentada pelo secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, José Ivaldo Costa Pedrosa, informa que a iniciativa “vai adequar a geração de energia atrelando-a à irrigação de pequeno mandiocal demonstrativo, além de permitir o funcionamento de equipamentos e iluminação do ambiente. Como alternativa substitutiva, teremos a implantação de horta orgânica combinado com geração de energia na localidade conhecida como Capoeira de Tatuamunha, ou ainda, piscicultura em tanques-redes no Rio Manguaba”.

A inauguração do projeto na casa de farinha contou com a presença do presidente da Abevila, Juan Maurer Pereja, proponente do projeto, e do presidente da ONG responsável pela captação dos recursos, Russel Davis. A representante da ONG em Porto de Pedras, coordenadora de projetos Edemara Lara (Eda), diz que a iniciativa vai democratizar a energia solar no município.


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