A Editora da Universidade Federal de Alagoas (Edufal) lança nesta quinta-feira (2) duas obras organizadas por professores da Ufal e que contam com a colaboração de pesquisadores de vários estados. A cerimônia será na sede da editora, no Centro de Interesse Comunitário (CIC), Campus A.C. Simões, a partir das 17h.
Os novos livros com selo Edufal são: Ensaios sobre escravidão e sociedade no Brasil colonial e imperial, organizado por Gian Carlo de Melo Silva; e o e-book Educação em contextos de privação e restrição de liberdade: abordagens e ações interdisciplinares, com organização de Elaine Pimentel e Conceição Valença.
Na obra impressa, seis capítulos dividem ensaios que pretendem "descortinar um passado distante, dando sentido para práticas e ações desenvolvidas pelas gentes que formaram nossa sociedade", como explica a apresentação. O livro começa com um texto de Márcia Amantino (Uerj) para entender como uma das principais instituições coloniais tratou a escravidão e as mestiçagens. Ela apresenta "como a Companhia de Jesus, através de suas cartas e das suas fazendas, abordaram a escravização, nos revelando detalhes da sociedade colonial no Rio de Janeiro".
O organizador, professor Gian Carlo, assina o capítulo 4, intitulado Rol de Confessados e a Sociedade na freguesia de Santa Luzia do Norte no setecentos – Comarca das Alagoas – Capitania de Pernambuco. Ele aborda documentos sobre os Cavalcanti de Albuquerque relacionados ao comércio de gente.
Os textos do livro também passam por fatos ocorridos nas capitanias de Pernambuco e da Paraíba, além da escravidão marítima nos navios negreiros da Bahia. O último capítulo foca no que ocorreu após a proibição do comércio legal de africanos em Pernambuco, a partir de 1831. "Em sua análise, o autor narra como foi a realidade de muitos africanos que entraram ilegalmente no Brasil, sendo desembarcados em praias contiguas aos engenhos e levados ao trabalho escravo", apresenta a obra sobre o texto de Marcus Carvalho (UFPE).
Educação no cárcere
O e-book Educação em contextos de privação e restrição de liberdade, que também será lançado nesta quinta-feira (2), tem prefácio de Timothy Ireland e posfácio de Cezar Nonato Bezerra Candeias. Os 13 capítulos contam com a colaboração de 23 autores, além das duas organizadoras.
Os textos são resultado de ações do Grupo de Pesquisa e Extensão Educação em Prisões (GPEP). "O objetivo é proporcionar reflexões em torno de peculiaridades da educação em contextos de privação e restrição de liberdade, transitando pelas realidades das prisões masculinas e femininas, de hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico e do sistema socioeducativo", apresentam as organizadoras no livro.
A professora da Faculdade de Direito de Alagoas (FDA/Ufal), Elaine Pimentel, participa do primeiro capítulo, que problematiza a educação em prisões e aponta para a necessidade de ampliar o debate em torno de outros ambientes do sistema punitivo.
A obra também traz as reflexões realizadas no Fórum Alagoano da Educação de Jovens e Adultos (EJA); aborda o reconhecimento e a privação de adolescentes e jovens em sociedades neoliberais; a formação continuada de professores do sistema socioeducativo frente à pandemia da covid-19, trazendo a experiência de um trabalho de extensão; além de noções de direito e cidadania no projeto de inclusão social na EJA.
Para falar sobre o papel da mulher na prisão e na sociedade, a pesquisadora Maria Martins Porto Melo faz o relato de experiência numa unidade prisional feminina durante as aulas de História que ministrou.
A contribuição acadêmica do e-book estará disponível para download. O livro "abre caminhos para novas interlocuções acadêmicas e pedagógicas nesses importantes campos de estudo, com o intuito de contribuir para o debate, no Brasil, da efetivação do direito fundamental à educação em contextos de privação e restrição de liberdade", destacam as organizadoras.
Fonte: Ascom Ufal