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Cidades

MPF PEDE INQUÉRITO SOBRE MORTANDADE DE PEIXES NA LAGOA MUNDAÚ

Ofícios pedem providências a entes públicos sobre ocorrência no Flexal de Baixo, em Bebedouro, em março, que resultou na morte de peixes

Por thiago gomes | Edição do dia 05/05/2022

Matéria atualizada em 05/05/2022 às 04h00

| Ascom/IMA

O Ministério Público Federal (MPF) em Alagoas pediu à Polícia Federal (PF) a instauração de inquérito policial para investigar a autoria do crime ambiental que gerou um grande volume de peixes mortos na Lagoa Mundaú, região do Flexal de Baixo, no bairro do Bebedouro, no dia 13 de março de 2022.

A partir de laudos periciais apontando para uma acentuada contaminação da Lagoa Mundaú, o órgão também enviou ofícios a diversos entes públicos, a fim de requisitar informações sobre eventuais providências que estão sendo adotadas diante da preocupante situação do Estuário Lagunar sob o ponto de vista ambiental e de saúde pública para a população de Maceió e do Estado de Alagoas.

Foram oficiados, além da PF, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas (Semarh), o deputado estadual Cabo Bebeto e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal).

Os ofícios, de autoria da procuradora da República Juliana Câmara, titular do 9º Ofício do Meio Ambiente, foram expedidos no âmbito do IC nº 1.11.000.000285/2022-63, instaurado para apurar, sob uma perspectiva estrutural, as múltiplas causas de degradação do Complexo Estuarino Lagunar Mundaú-Manguaba (Celmm), com o objetivo de viabilizar a elaboração, implementação e monitoramento de um plano de ação para garantir a integridade ecológica do ecossistema lagunar por meio de uma governança socioecológica.

OFÍCIOS

À ANA, o MPF solicita informações, no prazo de 15 dias, sobre o estágio atual de implementação do Plano de Ações e Gestão Integrada do Complexo Estuarino-Lagunar Mundaú-Manguaba Celmm, encaminhando a respectiva documentação comprobatória das ações já adotadas.

Também foram requisitadas informações sobre a atual composição do Comitê de Bacia da Região Hidrográfica CELMM e quais as ações já realizadas desde 2006 (data da sua criação) e quais as medidas que estão em andamento visando à preservação das lagoas Mundaú e Manguaba.

À Semarh também foi dado o prazo de 15 dias. Informações veiculadas na imprensa destacam a destinação de emenda do parlamentar estadual Cabo Bebeto a um projeto para viabilizar a análise e o monitoramento do CELMM. Por isso, o MPF solicita ao deputado estadual informações detalhadas sobre o citado projeto da Fapeal, Ufal e Uncisal. Por fim, à própria Fapeal foram requisitadas informações sobre a existência de algum estudo ou projeto que vise à recuperação do complexo, encaminhando a documentação, em caso positivo. À Fapeal e ao parlamentar foram dados os mesmos prazos de 15 dias.

INVESTIGAÇÃO

A apuração empreendida pelo MPF reuniu laudos técnicos e periciais apresentados pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e pelo Instituto do Meio Ambiente em Alagoas (IMA/AL). Para a procuradora da República Juliana Câmara, “o panorama revelado pelos laudos periciais – para além do ocorrido em março – revela uma situação preocupante sob o ponto de vista ambiental e de saúde pública. Trata-se de um problema complexo, reiterado no tempo e multicausal”. Atuação conjunta Foi ainda solicitada à Procuradoria-Geral da República (PGR) a designação do procurador da República Lucas Horta, titular do 4º Ofício do Meio Ambiente, para atuar conjuntamente considerando que a seriedade e a complexidade do caso exigem uma atuação prioritária e institucionalizada por parte do MPF.

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