Laudo da Ufal aponta que mortes de peixes na Lagoa Mundaú foi provocada por intoxicação química

18/03/2022 06:18 - Maceió
Por Redação
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Intoxicação Química. Essa foi a conclusão do laudo confeccionado por Pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), que estavam investigando a morte de uma grande quantidade de peixes, encontrados próximo às margens da Lagoa Mundaú, em Maceió.

Nas amostras analisadas pelo Laboratório de Sistemas de Separação e Otimização de Processos (Lassop) e do Laboratório de Instrumentação e Desenvolvimento em Química Analítica (LInQA), os pesquisadores concluíram que os peixes morrem por intoxicação química e orgânica, devido ao produto lançado, de forma intencional, por escape ou ainda por escoamento superficial (lixiviação).

Foram encontrados os seguintes produtos que ocasionaram a mortalidade: Manganês – atuou causando distúrbios motores e de orientação; pH – alcalino devido ao hidróxido de potássio entre outros compostos como magnésio, atuou aumentando o poder tóxico dos compostos nitrogenados como o nitrato que impede o transporte de oxigênio às células e ao organismo.

“De forma complementar, o líquido inodoro encontrado nas amostras pode ter sido a mistura de pesticida (fluroacetamida) e hidróxido de potássio (grande quantidade deste composto), que torna a agua alcalina e provoca aumento da temperatura da água, estressando ou levando os organismos à morte”, diz trecho do laudo.

Quantos aos outros compostos encontrados nas amostras, os pesquisadores destacaram; fluoroacetamida - inseticida e raticida, altamente solúvel em água e altamente volátil, moderadamente tóxica para os peixes e provocam altas taxas de mortalidade em animais; Cyclotetrasiloxane, octamethyl-; Cyclopentasiloxane, decamethyl-; pentasiloxane, dodecamethyl-; Cyclohexasiloxane, dodecamethyl – causam irritação respiratória e prejudicam a troca gasosa nos peixes; Metil-1- butanol – atua como agente antiespumante - causa distúrbios gástricos e pneumonia em humanos, nos peixes provocam estresse fisiológico; e o BTEX (tolueno) – provoca necrose nas brânquias.

Os pesquisadores da Ufal ainda recomendaram o monitoramento constante da área para a saúde pública e qualidade e segurança alimentar, devido alguns índices elevados de mercúrio, manganês, potássio, BTEX (tolueno), bactérias e coliformes fecais encontrados no ambiente. Estes afetam e podem trazer graves danos à saúde da população.

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