A falta de recursos na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) tem preocupado alunos e a gestão da instituição de ensino, diante das incertezas em relação ao início do próximo ano letivo, em 2023. Com a pandemia da Covid-19 e os cortes orçamentários milionários, a Ufal tem adotado medidas para reduzir gastos em todas as áreas, mas mesmo assim, os contratos permanentes deste ano já superam o valor dos recursos disponíveis para a universidade. Diante de todo o cenário, o futuro da Ufal é uma verdadeira incógnita.
"Esse ano a Universidade vai continuar funcionando com toda a sua energia, a gente vai conseguir acabar esse semestre letivo, mas para o ano que vem eu não sei nem se a gente consegue começar o ano porque as contas vão estar em aberto e eu não sei quais fornecedores vão sobreviver a esse calote coletivo que estamos sendo obrigados a fazer”, afirma Tonholo.
Muitas medidas já foram tomadas ao longo do ano para diminuir despesas e diversas ações foram investidas para economia de recursos, como remodelagens contratuais; implantação de sistema informatizado para gestão e fiscalização de contratos; compreensão e domínio das técnicas orçamentárias aplicadas; avaliação tempestiva das notas fiscais à luz das planilhas editalícias e referenciais pactuados nos certames licitatórios. Contudo, os melhores resultados são esperados a longo prazo.
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Sobre o pagamento de bolsistas e fornecedores, o diretor Departamento de Contabilidade e Finanças, Alan Souza, tranquiliza as pessoas e avisa que as bolsas e os contratos relativos ao mês de setembro, a vencer em outubro, serão pagos regularmente.
De acordo com a Nota Técnica da Pró-Reitoria de Gestão Institucional (Proginst), o somatório retirado da Ufal foi de R$ 6,9 milhões, representando uma perda efetiva de 8,1% nas dotações atingidas e 6% do orçamento para custeio e investimentos. “A Ufal tem lidado com reduções em todos os seus setores e se encontra atada para mais contenções. Inviabilizada pelos cortes lineares, novos cancelamentos impedem o funcionamento no ano de 2023”, projetou a nota.
A Proginst explica que foi cancelada uma parte do recurso das duas principais ações orçamentárias destinadas ao custeio e investimento na Ufal (20RK e 8282). Do montante de R$ 68 milhões que essas ações somavam juntas, a Ufal deixou de receber mais de R$ 5,1 milhões devido ao crédito cancelado na Lei Orçamentária Anual (LOA 2022).
Essas ações representam recursos que servem para pagamento de despesas contratuais continuadas, a exemplo de água e energia elétrica, segurança, limpeza, materiais de almoxarifado e escritório, serviços de transporte, deslocamentos em serviço e manutenção predial nas instalações dos campi da Ufal e unidades fora de sede. Mesmo com os contratos reduzidos, os fornecedores serão afetados.
“Neste último trimestre, projeta-se saldo insuficiente de forma que os compromissos de dezembro e parte dos compromissos de novembro ficarão para pagamentos em janeiro, limitados à capacidade orçamentária. Tal procedimento configura assunção de dívida do exercício de 2022, comprometendo o orçamento de 2023, afetando todos os contratos e toda a Universidade Federal de Alagoas”, adiantou a nota da Proginst.
Com assessoria*