Por g1 AL


Universidade Federal de Alagoas (UFAL) — Foto: Reprodução/TV Gazeta

A Justiça Federal em Alagoas condenou duas estudantes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) por fraude ao sistema de cotas. As alunas, que cursam atualmente medicina e psicologia, usaram indevidamente as vagas destinadas para negros para ingressar nos cursos em 2018. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (14).

Em sua decisão, o juiz Raimundo Alves de Campos Jr. informou que, mesmo reconhecendo a fraude, decidiu manter as matrículas ativas das estudantes por entender que isso causaria menos prejuízo à coletividade, já que o Estado investiu na formação das duas e que elas já estão perto de se formar. Contudo, cada uma vai ter que pagar multa no valor de R$ 10 mil, além de prestar serviço comunitário em suas áreas de formação. Cabe recurso da decisão.

O g1 entrou em contato com a Ufal para saber sobre o ingresso dessas alunas nos cursos da universidade, mas não tinha recebido resposta até a última atualização dessa reportagem.

LEIA TAMBÉM:

O magistrado destacou também que as estudantes não obtiveram pontuação suficiente para ingressar nos cursos de medicina e psicologia e que se beneficiaram, indevidamente, do sistema de cotas sem apresentar traços fisionômicos de discriminação social ou racial, que possam ser atribuídos a pessoas negras.

"Permitir que pessoas que não pertencem a grupos historicamente estigmatizados acessem e usufruam do sistema de cotas do ensino público superior, sem que seus atos sejam questionados ou reparados, torna letra morta o próprio sistema e põe em risco o objetivo da política de ação afirmativa”, disse o magistrado.

Nas ações civis públicas movidas pelo Ministério Público Federal (MPF), que resultaram na condenação, foi exposto a gravidade da fraude, afirmando que o ato prejudica os verdadeiros destinatários das cotas.

Veja os vídeos mais recentes do g1 AL

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!