Mato Grosso

Especialista alerta tendência de resfriamento global nos próximos 15 anos

A possibilidade de um resfriamento global nos próximos 15 anos e seus efeitos na produção agrícola foi destaque no II Simpósio Técnico da Aprosoja-MT

A ocorrência de um aquecimento global nos próximos anos pode não ocorrer e sim um resfriamento. A hipótese é levantada pelo meteorologista e professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Luiz Carlos Molion. Segundo ele, caso se concretize impactos negativos poderão ser observados na produção de grãos nos principais países concorrentes do Brasil.

O assunto foi um dos temas abordados pelo especialista em sua palestra “Perspectivas do Clima para a Safra 2022/2023 e sua tendência para 15 Anos”, durante a abertura do II Simpósio Técnico: Fertilizantes e Manejo do Solo.

O evento é promovido pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT). Tendo início na noite de quarta-feira (14), o simpósio segue até sexta-feira (16) no Cenarium Rural em Cuiabá.

Diante um público de cerca de 400 agricultores, especialistas e público em geral, Luiz Carlos Molion apresentou a tendência do clima para os próximos 15 anos. Ele contestou o aquecimento global e disse acreditar num efeito contrário.

Molion frisa que o que se ouve na mídia é que o mundo está se aquecendo. Conforme ele, políticas públicas estão sendo feitas para diminuir a emissão de gás carbônico, visto ele e compostos nitrogenados, em princípio, aumentarem a temperatura do planeta.

“Se dobrar a concentração de gás carbônico, de acordo com o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, a temperatura do planeta pode subir 5,7 graus até 2100. Isso tudo é mentira. Não existe evidência. É ao contrário. Vai haver um resfriamento global nos próximos 15 anos”, diz o especialista.

Resfriamento afetaria produção de grãos

O meteorologista e professor da UFAL pontua que a ocorrência de um resfriamento global afetaria, em especial, países com grande produção de grãos, como é o caso dos Estados Unidos, além do bloco europeu e asiático, representado pela China.

“É claro que o Brasil vai sofrer também com o sul com invernos mais rigorosos, com uma frequência maior de geadas que vão se estender até o sul de Minas, afetando o café. Sofre a Argentina com verões mais secos”, comenta.

Apesar de também ser afetado, o Brasil possui boas perspectivas de clima para os próximos 15 anos. “Ele tem que aproveitar essa oportunidade para produzir mais. A população do planeta será em torno de nove bilhões de pessoas no ano 2040 e alguém vai ter que produzir comida. A FAO espera que o Brasil cresça 20% sua produção”.