Por g1 AL


  • Parte da mina 18, da Braskem, rompeu-se sob a lagoa Mundaú, no Mutange, às 13h15 deste domingo (10). Como a área já tinha sido evacuada, não havia ninguém no local.

  • Não se sabe ainda o tamanho da cratera aberta sob a água. Técnicos estão avaliando os danos ambientais por causa do contato da água da lagoa com o sal na mina.

  • A região já era monitorada pela UFAL em 17 pontos diferentes, com coleta a cada dois meses. Após a ruptura, o intervalo será a cada 3 dias, continuamente.

  • Os pesquisadores querem avaliar os impactos ambientais depois que a água da lagoa entrou em contato com o sal e outros componentes presentes na mina.

  • A mina é uma das 35 que a Braskem mantinha na região para extração de sal-gema. Em cinco anos, mais de 14 mil imóveis tiveram que ser evacuados em cinco bairros, afetando cerca de 60 mil pessoas.

Pesquisadores monitoram área da mina 18 que se rompeu em Maceió — Foto: Secom Alagoas

Pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) vão aumentar o número de coletas de amostras de água na lagoa Mundaú para acompanhar os impactos do rompimento da mina da Braskem. Os trabalhos foram intensificados para avaliar possíveis alterações na qualidade da água devido ao contato com cloreto de sódio e outros compostos, como cálcio e magnésio, que podem prejudicar o habitat de organismos vivos.

A partir desta segunda-feira (11), o monitoramento vai ocorrer de três em três dias. Anteriormente, era feito em um intervalo de dois meses para análise rotineira das condições da lagoa.

"Elas [as amostras] vão ser analisadas para que possamos ter respostas sobre o impacto e os riscos ao meio ambiente com o intuito de averiguarmos a situação da região, se há contato de produtos da mina, da sal-gema com a água da lagoa e claro, verificar os efeitos desses compostos, caso ocorra de saírem em direção a água, se isso realmente vai causar algum dano", explicou o pesquisador e professor Emerson Soares, que coordena o projeto Laguna Viva.

Horas após a mina 18 se romper, por volta das 13h15 do domingo, técnicos da Defesa Civil estadual e o próprio pesquisador, sobrevoaram a área e coletaram as primeiras amostras pós-colapso. Nesta manhã, o professor Emerson esteve com a equipe na lagoa e fez novas coletas de água. Peixes também foram recolhidos para análise. O resultado deve sair em até 10 dias.

O Ministério Público Federal em Alagoas (MPF-AL) vai solicitar um novo estudo de impacto ambiental na região.

"Uma das cláusulas que nós inserimos no acordo ambiental foi que, em havendo situação de ruptura, seria demandado um novo estudo para avaliação dos impactos ambientais e isso deve ser feito em 90 dias. Então a gente dá início a esse processo", explicou Roberta Bonfim, procuradora do MPF.

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A lagoa Mundaú divide os municípios de Maceió, Coqueiro Seco e Marechal Deodoro, onde encontra a lagoa Manguaba. Juntas, elas formam o Complexo Estuarino Lagunar Mundaú-Manguaba (CELMM), um dos ambientes mais representativos do litoral alagoano.

A região continua interditada no raio de 1 km do local a mina está localizada, por tempo indeterminado. Isso impede a pesca, os passeios de lanchas, catamarãs e motos aquáticas na região. A Marinha está fiscalizando a área para que as pessoas não se aproximem.

A mina que se rompeu é uma das 35 que a Braskem mantinha na região para extração de sal-gema, minério utilizado na fabricação de soda cáustica e PVC, e parte dela fica sob a lagoa. Parte da água da lagoa foi escoada para a cratera formada pela mina.

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