02 MAI 2024 | ATUALIZADO 18:15
MOSSORÓ
Vilsemar Alves
17/01/2023 16:30
Atualizado
17/01/2023 18:26

Climatologistas apostam em inverno bom e agricultores vivem expectativa para o plantio

A previsão da Empresa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN) para o Estado é de volumes médios de 60,4mm, 92,9mm e 159,7mm, para janeiro, fevereiro e março, respectivamente. O homem do campo, tem suas próprias maneiras de interpretar os sinais dados pela natureza que supostamente respondem a velha questão. Trata-se de sabedoria popular que com o passar do tempo começa a ser esquecida.
Climatologistas apostam em inverno bom e agricultores vivem expectativa para o plantio. A previsão da Empresa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN) para o Estado é de volumes médios de 60,4mm, 92,9mm e 159,7mm, para janeiro, fevereiro e março, respectivamente. O homem do campo, tem suas próprias maneiras de interpretar os sinais dados pela natureza que supostamente respondem a velha questão. Trata-se de sabedoria popular que com o passar do tempo começa a ser esquecida. Kerginaldo Felipe, afirma que neste ano irá plantar sorgo. Ele menciona as dificuldades enfrentadas pelos pequenos agricultores para produzir no semi-árido.
Vilsemar Alves

Os potiguares que vivem no interior do estado, começaram a perceber que as tardes de janeiro começam a ficar chuvosas. Logo, os olhares de agricultores se voltam para o céu no que parece ser um ritual carregado de esperança com a finalidade de encontrar a resposta para uma pergunta que não quer calar: O inverno vai ser bom?

O homem do campo, tem suas próprias maneiras de interpretar os sinais dados pela natureza que supostamente respondem a velha questão. Trata-se de sabedoria popular que com o passar do tempo começa a ser esquecida, como a interpretação para quando pássaro (rolinha)  faz ninho no chão, ou, quando pequenos montes de sal representando um punhado de meses amanhecem no dia seguinte juntos ou separados.

O experiente agricultor Antônio Rosário ainda é adepto de tais "crendices".  Ele é morador da comunidade de Quixaba, na zona rural de Mossoró e já viu muitas das suas próprias previsões darem certo. "Dá certo sim.  Já fiz, mas hoje a gente ver mais as pessoas acreditarem nos estudiosos", disse  o veterano agricultor que é vizinho de Kerginaldo Felipe, de 27 anos, casado e pai de duas filhas pequenas.

Kerginaldo afirma que neste ano vai plantar apenas sorgo para produzir ração animal. "Plantar feijão e milho não compensa mais.  No ano passado eu gastei R$ 1.500,00 só com o corte de terra, porque cortei a primeira vez, plantei, mas perdi a produção. Aí, como o inverno se prolongou, cortei de novo e plantei, mas só produzi 45 sacas de milho na casca, que só me renderam R$ 900,00", afirmou o jovem.

Apesar de cada agricultor ser beneficiado com uma hora de corte de terras, ou, 22 litros de óleo diesel para o corte de terras por meio de um programa municipal de apoio aos agricultores familiares, a ajuda não cobre o custo e normalmente não evita prejuízos como o de Kerginaldo. "Uma hora de corte só dá para cortar uma parte da minha terra. Planto em 5 a 6 hectares, então tenho que cobrir os custos do corte por conta própria, porque o programa de corte de terras não é o suficiente",  disse ele, acrescentando custos com energia elétrica e água como obstáculos que inibem a agricultura familiar. 


Como é tradicional em Quixaba, falar de chuva ou da falta dela é recorrente. Todos, independentemente da idade, aguardam pelo posicionamento dos meteorologistas. Kerginaldo explica, que em Quixaba, os agricultores devem plantar no período que vai de 10 de fevereiro a 19 de março, considerado o "Dia de São José", padroeiro das chuvas.

 No que depender dos especialistas, as condições climáticas para o primeiro trimestre de 2023 (janeiro, fevereiro e março) no Rio Grande do Norte é de volumes de chuva com volumes de normal a acima do normal devido a permanência do Fenômeno La Niña, que é um fenômeno natural caracterizado pelo esfriamento das águas peruanas do oceano Pacífico. O quadro fica mais favorável quando as águas do oceano Atlântico ficam aquecidas.

Inverno no RN em 2023

No nordeste, é chamado de inverno o período mais chuvoso do ano que se estende de janeiro a maio. A previsão da Empresa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN) para o Estado é de volumes médios de 60,4mm, 92,9mm e 159,7mm, para janeiro, fevereiro e março, respectivamente. 

“Com relação a previsão para o próximo período chuvoso (fevereiro a maio), a tendência é que seja com chuvas acima do normal”, afirma o meteorologista da EMPARN, Gilmar Bristot. 

Especialistas do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites da Universidade Federal de Alagoas (LAPIS/UFAL) dizem que mesmo que  haja chance de um "El Nino" no oceano Pacífico, se configurar a partir de março deste ano, a expectativa é de boas chuvas para o nordeste, pelo menos até abril .  O "El Nino" é o aquecimento do Pacífico e é tido como o "vilão" que afasta as chuvas do sertão nordestino. 

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