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Educação

APÓS ENCONTRO COM LULA, TONHOLO DIZ AGUARDAR RECOMPOSIÇÃO ORÇAMENTÁRIA

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Por Thiago Gomes | Edição do dia 24/01/2023

Matéria atualizada em 24/01/2023 às 04h00

Tonholo disse também que ouviu do presidente da República a promessa de se rever os valores das bolsas de estudo
Tonholo disse também que ouviu do presidente da República a promessa de se rever os valores das bolsas de estudo | Arquivo GA

Após encontro que teve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na última sexta-feira (20), em Brasília, o reitor da Universidade Federal de Alagoas, Josealdo Tonholo, diz esperar a tão almejada recomposição orçamentária para conseguir tocar as atividades básicas da instituição em 2023. Segundo ele, se esta providência não for materializada, a Ufal não terá recursos suficientes para manutenção no segundo semestre. Como sinal de que a realidade pode mudar, o reitor revelou que o presidente já reconheceu a insuficiência nos orçamentos das unidades nos últimos anos, o que tem acarretado graves problemas na infraestrutura e de operação na rotina acadêmica. Como primeira medida, Lula informou aos representantes das instituições de ensino que assinou decreto para descontingenciamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Em princípio, o governo federal deve autorizar a ordem de despesas de R$ 4 bilhões nessa área da ciência, tecnologia e inovação, o que, em tese, dará um fôlego aos cofres das universidades. Tonholo disse, também, que ouviu do presidente da República a promessa de se rever os valores das bolsas de estudo, principalmente CNPQ e Capes, que estão congelados desde o ano de 2013. O reitor avalia que o auxílio garante um maior contingente de estudantes de graduação e de pós-graduação participando das atividades de pesquisa com mais dedicação. Outro item da pauta que Lula comentou, na reunião, é a prioridade absoluta para finalização de cerca de 200 obras iniciadas, mas que estão paralisadas ou não finalizadas, no âmbito das universidades e dos institutos federais. A meta do atual governo, dita aos reitores, é assegurar uma infraestrutura compatível com a necessidade de desenvolvimento das atividades acadêmicas, fincadas no ensino, pesquisa e extensão. “O presidente Lula também combrou dos reitores das universidades uma presença mais firme nos territórios. Pensa que a universidade tem que interagir mais com a sua cercania, com a sua região e deixou claro ainda a necessidade de revisitar o financiamento da ciência, tecnologia e a inovação”, lembrou. Segundo ele, um dos grandes gargalos na Universidade Federal de Alagoas é a evasão de estudantes por conta da situação causada na pandemia, provocando empobrecimento geral da população, que afeta os estudantes cotistas e que não têm condição de permanecer estudando. “O que se espera é que haja um reforço da assistência estudantil para que a gente tenha condições de atender melhor os nossos estudantes, particularmente aqueles que são cotistas ou que estão no interior, para que possam desenvolver o seu curso com mais tranquilidade”. Tonholo lembrou que, desde o ano de 2015, o orçamento da Ufal tem diminuindo. Só para se ter uma ideia do drama, no ano passado, a universidade teve que se desdobrar com recursos globais compatíveis a 2010. “E, em 2023, o orçamento foi aprovado é o mesmo do ano passado, menos 6,2%, o que vai dar um orçamento numérico inferior àquele que a gente teve em 2009, quando nós nem tínhamos ainda o campus do Sertão. Então, com esse orçamento, mas as dívidas que a gente acumulou no ano passado, não conseguimos passar nesse ano da forma como está posto. O recurso só nos permite ter a atividades regulares até o mês de junho”, revelou.

Para mudar o cenário, o reitor declarou que pretende trabalhar para convencer o governo federal a fazer a recomposição desse orçamento de modo a conseguir tirar o atraso das dívidas e para garantir a manutenção dos serviços até o fim do período letivo.

Ele informou que o orçamento discricionário da Ufal está na ordem de R$ 82 milhões e o orçamento de manutenção é inferior a R$ 55 milhões. O problema é que os contratos continuados somam quase R$ 70 milhões, sendo, conforme o reitor, absolutamente inviável a receita atual.

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