O dia 25 de julho se tornou um marco para as mulheres negras em 1992, durante o Primeiro Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-caribenhas, que aconteceu em Santo Domingo, na República Dominicana, quando foi instituído o Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha.
Desde então, mulheres negras de todo o mundo se mobilizam durante o mês de julho para reiterar a luta contra o racismo, a violência de gênero e todas as formas de opressão impostas socialmente às mulheres pretas.
No Brasil, a data foi instituída pela presidenta Dilma Rousseff em 2014, quando foi criado o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.
Como parte dessa mobilização, a Bancada Negra, em parceria com o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), realiza o Julho das Pretas. O evento acontece nos dias 27 e 28 de julho, no auditório da Reitoria da Ufal.
A proposta é de um encontro de mulheres negras para conversar sobre suas vivências. “Vamos discutir projetos que visem o bem viver da população preta na capital alagoana. Através da reunião dessas vozes potentes, que se articulam de formas múltiplas na luta da defesa social, celebraremos o Dia Internacional da Mulher Negra Afro Latina Americana e Caribenha”, destaca Alycia Oliveira, integrante da Bancada Negra e pesquisadora do Neabi.
Além das mesas, que discutirão temas como as cotas raciais e políticas de gênero na universidade, a violência contra a mulher em Alagoas e a presença de mulheres negras na política, o evento também contará com uma feira afroempreendedora, exposições artísticas e com um Baile Black, que será comandado pela artista alagoana, Ádija Rocha.
Entre as palestrantes previstas para os dois dias de atividade, está a pernambucana Robeyoncé Lima, primeira advogada travesti preta de Pernambuco, que recebeu mais de 80 mil votos na última eleição para deputada federal. Ela é vice-presidenta da Comissão da Verdade sobre a Escravidão Negra da OAB/PE e vai falar sobre a sua trajetória política e sobre a importância da representatividade no meio parlamentar.
Confira a programação completa:
27/07
10h / Abertura: Mesa 1 – Mulheres negras: arte e resistência
Com Joelma Ferreira, Salete Bernardo, Everlane Moraes e Mary Alves
14h / Mesa 2: A luta das mulheres negras em movimento
Com Débora Marcolino, Viviane Rodrigues e Vanda Menezes
17h / Mesa 3: As cotas raciais e as políticas de gênero na universidade
Com Maria Aparecida Batista, Tâmara Elisabeth e Marli Araújo
18h / Mesa 4: Os desafios em torno das violências contra as mulheres em Alagoas
Com Sandra Gomes, Mayara Cavalcanti e Emilly Vieira
19h / Baile Black com Ádija Rocha
28/07
10h / Mesa 1: Vivências e estratégias: mulheres negras e suas dinâmicas de luta
Com Nailza Araújo, Ivanilda Luz, Natasha Wonderfull e Thaisa Moraes
14h / Mesa 2: As mulheres negras e suas experiências na vida acadêmica
Com Synthya Maia, Luíza Silva, Anabelle Lages e Jessika Faustino
17h / Mesa 3: Mulheres negras na política
Com Alycia Oliveira e Robeyoncé Lima
19h / Apresentação cultural: Centro de Capoeira Lua de São Jorge
20h / Baile Black com Ádija Rocha
