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Raoni Santos

Celebrada em 9 março, a programação do Dia Mundial do Rim no Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA) teve verificação de pressão arterial em pacientes e acompanhantes, além de palestras com as nefrologistas Michelle Cavalcante e Claudia Alves. Organizado pela equipe multiprofissional da Unidade do Sistema Urinário, a ação seguiu no domingo (12), na praia de Ponta Verde, com aferição de glicemia, pressão, conscientização sobre a doença renal crônica e atividades físicas gratuitas.

O Dia Mundial do Rim integra uma ação mundial, o “World Kidney Day”, cujo objetivo é conscientizar a população a respeito da doença renal crônica, que é silenciosa, e muitas vezes o paciente não sabe o que prejudica sua condição renal e busca tardiamente o acompanhamento com o nefrologista. Diabetes, hipertensão e obesidade são fatores de risco nesses casos. Os pacientes de risco geralmente são os mais idosos, diabéticos (independente da faixa etária) precisam, ao menos uma vez por ano, precisam fazer a avaliação de creatinina e o exame sumário de urina.

Além da conscientização, a iniciativa tem como foco atentar para o diagnóstico precoce e o acompanhamento. A nefrologista do HU, Michelle Cavalcante, explica que os principais cuidados a serem tomados são a mudança do estilo de vida com atividades físicas, dieta adequada, controle da ingestão de sal e da glicose sanguínea. “Além disso, devem ser feitos o exame de creatinina no sangue e o exame sumário de urina pelo menos uma vez ao ano em pacientes de risco”, acrescenta.

SERVIÇO

Funcionando 24 horas para diálise dos pacientes internados e avaliação de nefrologia, e de segunda a sexta-feira para consultas, o setor de nefrologia do HU possui atendimento ambulatorial, sendo formado por diversos profissionais: nefrologistas com agenda aberta através do sistema de regulação, nutricionista, psicólogos, equipe de enfermagem e educador físico. O agendamento é feito pelo Complexo Regulador Assistencial de Maceió (Cora), direcionado aos profissionais, ou consultas encaminhadas via atenção básica, em direção à nefrologia.

DOENÇA RENAL CRÔNICA E DIA MUNDIAL DO RIM

Uma em cada dez pessoas no mundo tem algum tipo de doença renal. O problema também é responsável por mais de 2,4 milhões de mortes por ano. No Brasil, mais de 10 milhões de pessoas convivem com a doença e cerca de 140 mil pacientes dependem da diálise para sobreviver. Os dados são do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Nefrologia. Neste Dia Mundial do Rim, 9 de março, profissionais da Rede Ebserh, estatal vinculada ao Ministério da Educação (MEC) que administra 41 hospitais universitários federais, reforçam a importância da prevenção e do tratamento das doenças renais.

A doença renal crônica caracteriza-se pela lesão irreversível nos rins, mantida por três meses ou mais, e está associada a duas doenças de alta incidência na população: hipertensão arterial e diabetes. Normalmente, ela não provoca sintomas significativos nos estágios iniciais e, quando é descoberta, já está em uma fase bastante avançada, com necessidade de diálise ou transplante. Por isso, manter os exames de rotina em dia e ter hábitos saudáveis, como seguir uma dieta equilibrada, praticar atividade física e não fumar, são fatores fundamentais para a prevenção e o diagnóstico precoce. 

De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), foram realizados mais de 5.300 transplantes de rim no Brasil em 2022 e, em dezembro do mesmo ano, cerca de 30 mil pacientes aguardavam pela cirurgia. “A doença renal é silenciosa. Quando os sintomas aparecem, o nível de acometimento já é muito severo e a doença traz um impacto enorme para o paciente. Além do risco de morte, existe a dificuldade de se adaptar à sociedade, principalmente por depender da diálise nos casos mais graves”, explica a coordenadora do Departamento de Transplante Renal da ABTO e vice-presidente Nordeste da Sociedade Brasileira de Nefrologia, Tainá Veras.

A campanha desse ano atenta para a importância de universalizar o exame de creatinina, que é relativamente barato e muito importante para detectar problemas renais, e da atenção especial para os vulneráveis, pessoas com maior dificuldade de garantir acesso à assistência médica. Também cita os “desafios inesperados”, como a pandemia de covid-19, que pode acabar por agravar o cenário das doenças renais. Por esse motivo, a campanha “World Kidney Day” realiza no dia 09 de março atividades por todo o mundo, que podem ser visualizadas e acessadas no site da iniciativa. (https://www.worldkidneyday.org/2023-campaign/worldwide-activities)

Fonte: Ascom HUPAA-UFAL