Pesquisadores Glauber Tomaz Silva, Osvaldo Anibal Rosso (no meio), e Carlos Dornels estão entre os cientistas mais influentes do mundo — Foto: Arquivo pessoal
Três pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) estão na lista dos cientistas mais influentes do mundo, elaborada em parceria com Standford University (EUA), e publicada pela editora científica Elsevier BV. A informação foi divulgada nesta semana pela Ufal.
Os representantes de Alagoas na relação são:
- Osvaldo Anibal Rosso, que atua no Laboratório de Computação Científica e Análise Numérica (LaCCAN), do Instituto de Física;
- Glauber Tomaz Silva, coordenador do Grupo de Acústica Física e Microfluídica (GAFM), também do Instituto de Física;
- Carlos Dornels, do Colegiado do Programa de Pós-Graduação em Ensino e Formação de Professores (PPGEFOP), do Campus Arapiraca.
Do Brasil, 1.294 pesquisadores fazem parte do ranking de cientistas mais influentes do mundo. A lista classifica os cientistas em suas respectivas áreas de atuação.
Metodologia
A metodologia utiliza o índice composto de citações (c-core), calculado com base em seis parâmetros:
- Número total de citações (exceto autocitações)
- Índice H (quantifica a produtividade e o impacto de artigos científicos mais citados)
- Índice de coautoria de Schreiber ajustado (índice Hm)
- Número de citações recebidas em trabalhos cujo pesquisador é um único autor
- Número de citações recebidas em trabalhos cujo pesquisador é o único autor ou o primeiro autor
- Número de citações recebidas em trabalhos cujo pesquisador é o único autor, o primeiro autor ou o último autor.
A seleção final inclui os 100 mil melhores cientistas com maior pontuação (c-score), mais os 100.000 cientistas classificados entre os 2% com maior pontuação (c-score) para cada subárea de conhecimento.
O resultado fornece um conjunto público e padronizado de informações sobre os cientistas, que são classificados em 22 campos científicos e 174 subcampos de acordo com a classificação padrão Science-Metrix.
Osvaldo Anibal Rosso
O argentino Osvaldo Anibal Rosso é professor da Ufal desde 2017. Ele é especialista em análise de séries temporais, dinâmica não-linear, teoria wavelet e teoria da informação, com aplicações em campos como física, biologia, medicina e economia. Suas pesquisas têm impactado positivamente no tratamento de doenças como epilepsia e Alzheimer. Atualmente, sua equipe está investigando aplicações relacionadas ao Parkinson.
O professor é um acadêmico com ampla experiência internacional, tendo passado por instituições na Alemanha, Itália, China e Austrália. Sua inclusão na lista dos cientistas mais influentes do mundo por três vezes consecutivas reflete não apenas a quantidade de seus artigos, que totalizam cerca de 46 atualmente, mas também o impacto real de suas pesquisas no avanço do conhecimento científico e na solução de problemas de saúde complexos.
Rosso também destaca o orgulho de colaborar com outros pesquisadores de destaque, como a professora Fernanda Matias, que, no final de 2022, recebeu o Prêmio L'Oréal Brasil para Mulheres na Ciência.
“Tenho colaborado em pesquisas em várias universidades pelo mundo, mas considero que aqui no LaCCAN eu encontrei o meu lugar no mundo”, relata o pesquisador, que vai fazer 70 anos.
Glauber Tomaz Silva
Pesquisador e professor do Instituto de Física (IF), Glauber Tomaz Silva foi incluído pela terceira vez consecutiva na lista da Stanford. Ele é doutor em Ciência da Computação e pós-doutor em Dinâmica de Fluidos pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) e Universidade Técnica da Dinamarca. Glauber coordena o Grupo de Acústica Física.
Em 2022, o professor Glauber Silva foi convidado pela Universidade de Lille, na França, para desenvolver atividades de pesquisa na área de acustofluídica. A missão científica aconteceu no Institut d’Életronique de Microéletronique et de Nanotechnologie (IEMN), considerado o maior centro de pesquisas em nanotecnologia do país europeu.
O professor atua na área de Acustofluídica desde 2015.
“Neste campo, utilizamos ondas de ultrassom em estruturas microfluídicas tão delicadas quanto um fio de cabelo para a manipulação de células e nanopartículas. Estabelecemos colaborações com grupos de pesquisa da Ufal, USP, França e Estados Unidos. Além disso, temos uma spinoff chamada IntacLab, uma startup dedicada à fabricação de chips de microfluídica com materiais poliméricos. Esta empresa tem sido uma parceira em pesquisas aplicadas nas áreas de engenharia biomédica e ciências da vida”, disse.
Como pesquisador da Ufal, ele comemora o reconhecimento alcançado que reflete positivamente para a instituição.
“É importante o reconhecimento do trabalho dos professores-pesquisadores no âmbito internacional. Esse destaque serve dentre outras coisas para mostrar à sociedade sobre a importância e o valor das pesquisas desenvolvidas na Ufal em nível internacional. Naturalmente, esse resultado traz um impacto muito positivo na minha carreira de pesquisador”, ressalta.
Carlos Dornels
O professor e pesquisador Carlos Dornels é professor vinculado à Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), mas também tem vínculo com a Ufal, como membro do colegiado do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Ensino e Formação de Professores, do Campus Arapiraca. O mestrado foi aprovado em 2019, com o objetivo de “proporcionar aperfeiçoamento teórico e prático relativo aos processos de ensino e de aprendizagem que impacte diversos atores sociais”.
Dornels é fisioterapeuta sanitarista e epidemiologista. Ele é doutor em Saúde Pública, área de concentração "Epidemiologia e controle de agravos à saúde", pela Fundação Oswaldo Cruz, e tem um vasto campo de atuação e de pesquisa na área de Saúde Pública, incluindo Epidemiologia das doenças e agravos de interesse para a saúde pública e seus determinantes e condicionantes socioeconômicos; Vigilância em saúde e ambiente e suas tessituras; Monitoramento epidemiológicos de doenças e agravos em grupos vulneráveis. Ele também é criador do Projeto OASIS- Observatório de Análise Situacional em Saúde (em implantação na UNIVASF).
Atualmente, ele integra vários projetos de pesquisa, entre eles: :Associação entre o Processo de Urbanização, o Risco Cardiovascular e Doença Cardiovascular Subclínica em Populações Indígenas da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco: Efeitos das Barragens e Transposição do São Francisco; Saúde no Brasil: Aspectos epidemiológicos, determinantes sociais da saúde e vulnerabilidades.; e Transmissão oculta da Hanseníase em área de Alta vulnerabilidade social do nordeste do Brasil.