A adoção de medidas de controle do peixe-leão, espécie invasora que tem sido uma preocupação relacionada às pesquisas costeiras em Alagoas, foi assunto de reunião que contou com as presenças de representantes do Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA-AL), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). O animal marinho já foi avistado em praias do Litoral Norte de Alagoas, nas cidades de São Miguel dos Milagres e Porto de Pedras.
O peixe-leão, mais comum na espécie (Pterois volitans), é um animal perigoso não apenas para seu ecossistema, mas para turistas, pescadores e mergulhadores que atuam na área costeira e setores socioeconômicos. A espécie não possui predadores, portanto sua proliferação é rápida e difícil de ser controlada. Além disso, seus espinhos são venenosos e prejudiciais à saúde humana.
De acordo com Juliano Fritscher, consultor ambiental do IMA, já foi possível observar que o peixe-leão é predador de algumas espécies. “Pesquisas já mostraram que o budião verde, ou bico verde, que é uma espécie em extinção, é consumido pelo peixe-leão. O peixe-leão é muito predatório e caça bem, não existe predador para ele em nossas águas, então há o risco de uma devastação causada por ele a espécies que já estão em risco”, explicou Fritscher.
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Ainda de acordo com o consultor ambiental, o primeiro registro do animal no estado foi detectado em São Miguel dos Milagres. A reunião teve enfoque principalmente nas maneiras de divulgação dos perigos da espécie em Alagoas.
Cynira França, analista ambiental do Ibama, enfatiza que a educação ambiental tem grande potencial como meio de difusão no combate à espécie. “Estamos fazendo essa articulação interinstitucional para desenvolver uma ação de combate à proliferação desse bioinvasor. Vamos identificar os atores, como operadores de mergulho e pescadores, e a partir daí será desenvolvido um trabalho de educação ambiental para orientação e trabalho em conjunto”, pontuou.
Cláudio Sampaio, pesquisador e professor de engenharia de pesca na Ufal – campus Penedo, compartilhou suas pesquisas relacionadas à espécie durante o momento. Desde 2015, o pesquisador alerta sobre o perigo potencial do peixe. Sampaio sugere que a campanha seja articulada com a inserção de outra espécie invasora, o coral-sol, (T. coccineaT. Tegusensis), que também apresenta ameaça ao ambiente marinho.
Ambas as espécies são perigosas e não devem ser manuseadas sem o devido preparo. Em caso de ocorrência de alguma delas deve-se comunicar aos órgãos ambientais. O Projeto de Caracterização Regional da Bacia (PCR) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) lançaram um canal de informação sobre a bioinvasão que pode ser acionado pelo número (81) 99654-5863.
Com assessoria*