Gazeta de Alagoas
Pesquise na Gazeta
Maceió,
Nº 5710
Política

HU FAZ 50 ANOS, SUPERA BUROCRACIA E ATENDE 14 MIL PACIENTES POR MÊS

Hospital Universitário recebe estudantes de 17 cursos das áreas de Saúde

Por Fábio Costa | Edição do dia 07/10/2023

Matéria atualizada em 07/10/2023 às 04h00

Maceió, 23 de abril de 2020
Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HU). Localizado na Avenida Lourival Melo Mota, S/N - Tabuleiro do Martins, em Maceió. Alagoas - Brasil.
Foto: ©Ailton Cruz
Maceió, 23 de abril de 2020 Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HU). Localizado na Avenida Lourival Melo Mota, S/N - Tabuleiro do Martins, em Maceió. Alagoas - Brasil. Foto: ©Ailton Cruz | © Ailton Cruz

A maior unidade de saúde pública no Estado, o Hospital Universitário Professor Alberto Antunes, da Universidade Federal de Alagoas, completa 50 anos nesta quarta-feira (11). Com a aparência externa deteriorada no prédio que também completa 50 anos, a instituição precisa de agilidade nos repasses dos recursos federais. Como acontece na maioria dos hospitais, o valor que o Sistema Único de Saúde paga não cobre os custos dos procedimentos. Isso sem contar que o HU é um dos poucos no Estado que não recebe incentivos. A unidade tem que superar a burocracia federal, falta de recursos e, mesmo assim, atende 14 mil pacientes/mês.

O Sistema Único de Saúde tem contratualizado com a instituição R$ 41 milhões/ano. Só recebe esse montante se produzir atendimentos e serviços. Só com a folha de 800 servidores contratados pelo Serviço Brasileiro de Serviços Hospitalar [Ebserh], o HU injeta na economia de Alagoas R$ 10 milhões/mês. Isso sem contar com os 500 servidores da Ufal que prestam serviços no hospital.

As direções da instituição e da Ufal tentam construir parcerias com as secretarias de Saúde do estado e dos municípios para superar a falta de recursos e fazer parte da rede estadual de saúde. Apesar dos problemas, a instituição se destaca pelos relevantes serviços prestados aos 3 milhões de alagoanos, através das 50 especialidades médicas. Algumas delas, como a Genética Médica, só tem lá.

O parque tecnológico é o mais avançado entre as unidades de saúde públicas, e a unidade está adquirindo um acelerador linear que promete ser o melhor da rede federal e estadual.

O equipamento elevará o hospital ao padrão de atendimento dos grandes hospitais de São Paulo no tratamento de tumores e diversos tipos de câncer, com precisão de milímetro sem afetar os tecidos sadios, comemora o superintendente, Célio Rodrigues.

O hospital atende 14 mil/mês pacientes em ambulatórios e em todas as especialidades, hospital dia, em dois segmentos de referência: maternidade de alto risco e oncológica. Nas pesquisas de satisfação do usuário [avaliado mensalmente pela Controladoria Geral da União, via ouvidoria], os resultados flutuam entre 96% e 100%, apesar de funcionar num prédio antigo.

ENSINO

O hospital tem o maior número de residências multiprofissionais. Além das residências médicas, tem a da psicologia, serviço social, nutrição, enfermagem, farmácia entre outras. Recebe estudantes de 17 cursos das áreas de Saúde e atua como campo de prática de outras instituições. “Estamos cumprindo a missão de formação para os profissionais de Alagoas”, disse o reitor Josealdo Tonholo, ao destacar que a instituição é ligada ao Ministério da Educação via Ebserh.

A Empresa de Serviços Hospitalares é uma rede com 40 hospitais complexos e clínicos. O HU é o único público no Estado que faz ressonância magnética com contraste entre outros serviços prestados ao Sistema Único de Saúde, revela Tonholo.

O hospital, segundo o gestor Célio Rodrigues, precisa ser entendido como o grande parceiro da saúde pública estadual. A maioria dos usuários e de prefeitos imagina que a instituição é do Ministério da Saúde ou da União.

“A gente precisa de recursos federais que demoram. Se tivesse ajuda dos gestores locais poderíamos fazer muito mais”, disse o médico.

A burocracia é outro fator que emperra a funcionalidade ágil da instituição. “Se o HU precisar de mais médicos para aumentar o atendimento depende de autorização do governo federal, precisa convencer os ministérios da Fazenda, do Planejamento, da Educação e a gestão da Ebserh, sobre a necessidade de concurso”. Célio Rodrigues explicou que no campo político, a filosofia institucional é apartidária.

QUADRO FUNCIONAL

Entre servidores efetivos, terceirizados, professores, estudantes e residentes, circulam diariamente pelos corredores do hospital mais de dois mil profissionais. No quadro constam 800 servidores contratados pela Ebserh e 500 profissionais que chegaram via Ufal.

Mesmo sem ter a obrigação, a reitoria repõe servidores para determinadas áreas e assim as mantém funcionando. Apesar da administração própria, de ser da universidade, a instituição é gerida 100% pela Ebserh.

O próximo passo é pedir ajuda aos gestores do SUS e tentar entrar num sistema de rede de atendimento estadual e municipal. A ideia é ampliar o atendimento num sistema de rede..

Mais matérias desta edição