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Pesquisadores captam canto das jubartes no Pontal do Peba; ouça!

Animais voltaram a ser avistados no sábado (16), durante expedição feita por pesquisadores da Ufal Campus Penedo
Durante a expedição, foram avistadas oito baleias-jubartes, sendo um filhote, além de dois botos, tartarugas e muitas aves (foto: Abraão Tenório)

Pela primeira vez, pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Campus Penedo, conseguiram captar os sons produzidos por um grupo de baleias-jubartes, avistado no sábado (16), no Pontal do Peba, em Piaçabuçu, Litoral Sul do estado.

Com o auxílio de hidrofone e gravador, eles registraram o canto de indivíduos machos que se utilizam desse comportamento para atrair as fêmeas durante a época de reprodução em áreas tropicais, a exemplo do litoral alagoano.

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“As análises dos cantos irão nos permitir avaliar e monitorar a população e os indivíduos que visitam o local na época de reprodução. Geralmente são os machos que emitem os cantos, principalmente entre as frequências audíveis de 100 e 1000 Hz”, explica o Engenheiro de Pesca e professor da UFAL Penedo, Alfredo Borie-Mojica, que participou da expedição.

Espectrograma dos cantos de baleias-jubartes detectados no Litoral Sul de Alagoas (Ufal Penedo)

“Além do canto, os machos disputam as fêmeas através de uma competição, onde a força e a vitalidade são demonstradas por saltos e batidas de cauda, peitorais e cabeçadas”, acrescenta o biólogo e professor de Engenharia de Pesca da Ufal Penedo, Cláudio Sampaio, em entrevista ao Alagoas Notícia Boa (ALNB).

Foz do São Francisco

De acordo com ele, a navegação feita no sábado aconteceu nas proximidades da foz do Rio São Francisco e durou cerca de quatro horas. Foram avistadas oito baleias-jubartes, sendo um filhote, além de dois botos, tartarugas e muitas aves.

“As baleias-jubartes são conhecidas pelo comportamento aéreo, com muitos saltos, batidas de cauda e cabeça, o que impressiona, devido ao tamanho e peso delas, algo em torno de 18 metros de comprimento e 40 toneladas. As baleias podem fazer composições com seus cantos, sendo cada música composta de trechos elaborados e complexos. Essas músicas são diferentes para as populações, indicando que essas baleias produzem culturas distintas ao longo do planeta”, explica Sampaio.

Ele observa, no entanto, que um dos problemas atuais para as baleias-jubartes é a poluição sonora dos oceanos.

“Embarcações e outros equipamentos produzem grande volume de sons, gerando dificuldades extras no período reprodutivo, quando as músicas são importantes para atrair fêmeas”, pontua.

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